A 500 dias das Olimpíadas, COB aguarda melhor performance da história
Ao Metrópoles, Ney Wilson, diretor de Alto Rendimento do Comitê Olímpico do Brasil, revela expectativas para os Jogos Olímpicos em Paris
atualizado
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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) segue trabalhando de olho nas Olimpíadas de Paris, em 2024. Nesta terça-feira, a data de 14 de março de 2023 crava a marca de 500 dias para a competição. Após bater recordes nas últimas edições, a entidade aguarda mais uma performance histórica para alcançar seus melhores números.
“O Comitê Olímpico do Brasil busca a evolução contínua dos resultados em Jogos Olímpicos. Temos um ciclo reduzido devido à pandemia de Covid, fazendo com que treinadores e atletas tivessem de adaptar suas preparações visando Paris-24. Até o momento, os resultados alcançados pelos atletas brasileiros nos campeonatos mundiais nos traz a certeza de que estamos trabalhando no caminho certo para conseguirmos manter e superar os resultados de Tóquio-20. Mas somente ao final deste ano pré-olímpico conseguiremos ter um cenário mais próximo do que poderemos alcançar em Paris”, destaca Ney Wilson, diretor de Alto Rendimento do COB, com exclusividade ao Metrópoles.
BOM DIA, 🇧🇷! BONJOUR, 🇫🇷!
Faltam 5⃣0⃣0⃣ dias para os Jogos Olímpicos Paris 2024 e não vemos a hora de viver a emoção olímpica novamente.
A contagem regressiva começou! 🤩⏳ pic.twitter.com/wEGKefx0qM
— Time Brasil (@timebrasil) March 14, 2023
Possível maior delegação brasileira em uma edição
O COB trabalha também para levar ao continente europeu a maior delegação brasileira em uma edição de Olimpíada, com mais de 300 atletas. A França estabeleceu a paridade entre homens e mulheres como um objetivo para Paris 2024.
“Estamos trabalhando em conjunto com as Confederações Brasileiras para classificarmos o maior número de atletas possível, visando ultrapassar o número de 303 atletas classificados nos últimos Jogos Olímpicos, até o momento a edição fora do país que contou com o maior número de atletas brasileiros classificados”, analisa Ney Wilson.
Em casa, no Rio de Janeiro, em 2016, o Brasil foi representado por 465 competidores, cravando a 12ª colocação no geral.
Feitos recentes
No Rio, em 2016, o time brasileiro conquistou sete ouros, o seu melhor desempenho até então. Na última edição, em Tóquio, o número de ouros foi igualado, mas o total de medalhas gerou outro recorde: 21 pódios. O planejamento, para 2024, é ir ainda mais longe.
Em território sul-americano, o país mantém sua hegemonia. No último Sul-Americano, realizado no Paraguai, em 2022, o Time Brasil ficou com a primeira colocação, com 133 ouros, 100 pratas e 86 bronzes. No mais recente Pan-Americano, em Lima-19, os brasileiros cravaram a segunda colocação no quadro, conquistando 54 ouros, 45 pratas e 70 bronzes.
Facilitadores
O fuso também será outro fator facilitador na preparação para os Jogos e a busca por uma colocação de destaque no quadro geral. Na última competição, 13 modalidades levaram medalhas, feito inédito, levando o Brasil ao 12º lugar na tabela mundial.
“Devido às quatro horas de fuso horário, não se faz necessário uma aclimatação de 12 horas como foi no Japão. Portanto, concentramos o recurso financeiro e humano no suporte uma vez que a Vila abre”, disse Ney Wilson.
“Por outro lado, temos uma demanda de participação dos Jogos reprimida muito grande. Milhares de pessoas relacionadas aos Jogos Olímpicos não puderam ir aos Jogos passados. Esperamos uma superlotação, uma demanda enorme para acesso à competição, hotéis, transporte… Isso pode ser utilizado como algo positivo ou negativo, dependendo de como você se preparar. Ter um clima de competição com uma grande torcida pode ser muito motivante, mas, ao mesmo tempo, é desafiador. Por isso, o COB e o comitê organizador precisam estar atentos e preparados”, completa o diretor.
A logística já está toda acertada e deverá ser facilitada em comparação com a última edição, no Japão. A sede do Time Brasil na França será em Saint-Ouen, além de suas cinco bases de apoio exclusivas, diferencial para o condicionamento dos atletas.
Monumento histórico e símbolo da cidade, o Château Saint-Ouen pode acomodar serviços médicos, preparação mental, áreas operacionais e alimentação brasileira, além de ser o ponto de encontro dos atletas com seus amigos e familiares.
Complementando Saint-Ouen, o COB oferecerá bases de apoio às modalidades esportivas cujas competições serão realizadas fora de Paris. São os casos da vela, em Marselha; do handebol, em Lille; do remo e da canoagem, em Seine-et-Marne; e do surfe, no Taiti.
“A grande diferença entre Tóquio e Paris, além da pandemia e os desafios vividos, obviamente, é que o COB está concentrando os serviços de suporte para 2024 durante o período de competição. A partir do momento que os atletas chegam e entram na Vila teremos toda a adaptação dos espaços com os principais serviços e infraestrutura de apoio ao atleta, aos oficiais e às áreas operacionais. Além da estrutura na Vila, teremos local de boas-vindas e retirada das malas, onde as equipes poderão fazer as trocas necessárias e não se preocupar mais com os uniformes. Locais de treinamentos exclusivos para algumas modalidades que historicamente demandam uma carga de treino maior do que a ofertada pelo comitê organizador. E local com acesso à comida brasileira e uma área para encontro com os familiares e amigos”, projeta Wilson.