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Cadê? Obra de Yutaka Toyota de 2,20m³ desapareceu do DF há 14 anos

Escultura Espaço Cósmico 81, que ficava exposta no balão do Aeroporto JK, sumiu em 2005 e nunca mais foi encontrada

atualizado

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Arquivo Pessoal/Divulgação
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1 de 1 RED13-teste - Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Há quase 15 anos, um mistério ronda o imaginário dos brasilienses: onde foi parar a escultura Espaço Cósmico 81, de Yutaka Toyota? A peça, cedida pelo artista em 1981, ficava exposta no balão de acesso ao Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek até meados de 2005, quando foi retirada para a execução do complexo viário e, desde então, está desaparecida. O sumiço e o jogo de empurra entre as autoridades decepcionaram o artista. “Não tenho mais esperanças”, revelou o escultor ao Metrópoles.

Apesar da descrença em reaver a Espaço Cósmico 81, Toyota sonha instalar uma arte sua novamente nas ruas de Brasília. “Acredito que recolocar uma obra minha na mesma praça tem um significado ainda maior, de esperança, de acreditar no impossível, que erros e falhas são próprios da humanidade, mas sempre é possível perdoar, fazer e progredir”, opina.

Em 2013, o titular da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, Roberto Carlos Batista, instaurou procedimento para investigar o paradeiro da escultura. O caso tramitou na 3ª Vara Criminal em uma investigação solicitada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e pela 10ª Delegacia de Polícia. Mesmo após as diligências, o objeto não foi encontrado e o caso foi arquivado, sem solução, um ano depois.

Gilberto Evangelista Toyota/Divulgação
Yutaka Toyota lamenta o sumiço da obra
Escultura perdida

Criada na década de 1980, a obra impressionava pelas grandes dimensões — um cubo maciço de 2,20 metros cúbicos e outro vazado, que ficava suspenso no ar. A escultura Espaço Cósmico 81 era feita com cantoneiras de alumínio e permaneceu exposta por 24 anos no mesmo local, tornando-se patrimônio cultural de Brasília.

A sugestão de deixá-la exposta ao ar livre, na capital federal, foi do arquiteto Oscar Niemeyer. “Ele pediu que a obra fosse doada e instalada na praça Sarah Kubitschek, onde poderia ser observada por todos”, lembra o criador.

“A obra tinha um significado muito especial e a ideia de não tê-la mais na praça, onde fazia parte da história de Brasília, é como se houvesse desaparecido parte da memória da cidade e das minhas lembranças”

Yutaka Toyota

Atualmente, Yutaka Toyota não acredita na possibilidade de descobrir o paradeiro e reaver a obra. “Sinceramente, não tenho esperança alguma de reencontrá-la. Tantos anos depois é muito improvável”, pondera.

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De acordo com o artista, coube à Novacap auxiliar a equipe do artista na montagem da peça
O Espaço Cósmico 81 ficou à vista dos brasilienses por 24 anos
planta da escultura
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Imagens da instalação da Espaço Cósmico 81, há 38 anos atrás

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De acordo com o artista, coube à Novacap auxiliar a equipe do artista na montagem da peça

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O Espaço Cósmico 81 ficou à vista dos brasilienses por 24 anos

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planta da escultura

Arquivo Pessoal/Divulgação
Responsabilidade

À época, para a instalação da obra, o artista contou com a parceria de duas empresas: a Belmetal, que forneceu as cantoneiras em alumínio, e a transportadora Minas Goiás, responsável pelo frete dos materiais. “Todo o suporte para montagem fiz com minha equipe e o pessoal da Novacap”, conta Yutaka Toyota. No entanto, o escultor não teve a mesma solidariedade na hora de encontrar sua peça: empresas públicas, administração e secretarias adotaram um verdadeiro jogo de empurra, onde cada órgão foge a responsabilidade pelo sumiço da Espaço Cósmico 81.

Apesar de ter auxiliado na montagem, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) informa que é responsável apenas pelo paisagismo e diz não ter responsabilidade sobre esculturas expostas pela cidade. “Após a conclusão das obras no balão do Aeroporto, a Novacap realizou apenas o plantio de flores, árvores e arbustos do local”, comunicou a empresa por meio de nota enviada ao Metrópoles.

Procurada, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) também se eximiu da culpa e ressaltou que “a carga patrimonial da obra desaparecida é de responsabilidade da Administração do Lago Sul”. Em contrapartida, a Administração Regional do bairro afirma que a escultura Espaço Cósmico 81 nunca constou nos registros do patrimônio da pasta e revela não ter informações sobre o paradeiro da peça.

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