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Documentário sobre Lélia Gonzalez reverencia legado da ativista

Produção, lançada quase 30 anos após a morte da intelectual, reúne depoimentos de nomes como Sueli Carneiro e Jurema Batista

atualizado

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Cezar Loureiro/ Reprodução
Lélia Gonzales em foto preto e branco - Metrópoles
1 de 1 Lélia Gonzales em foto preto e branco - Metrópoles - Foto: Cezar Loureiro/ Reprodução

Uma das vozes mais importantes do movimento negro e feminista no país, Lélia Gonzalez é tema do Projeto Memória Lélia Gonzalez: Caminhos e Reflexões Antirracistas e Antissexistas, disponível gratuitamente no YouTube. A produção, lançada quase 30 anos após a morte da intelectual, reúne depoimentos de familiares, amigos e pessoas que conviveram com ela, como a filósofa, Sueli Carneiro, a ex-vereadora e ex-deputada estadual Jurema Batista, e a pedadagoga Iêda Leal.

Contar a trajetória de Lélia Gonzalez a partir da perspectiva das pessoas que conviveram com ela foi uma maneira de aproximá-la do público. Muitas pessoas que não eram nem nascidas quando Lélia faleceu, vão assistir ao documentário e sentir como se ela estivesse ali”, explica Maíra Brito, responsável por conduzir as entrevistas do documentário. 

Doutora em Direitos Humanos e Cidadania (UnB) e diretora do Eixo de Comunicação do Instituto Memorial Lélia Gonzalez, Maíra conta que a ideia mostrar as várias facetas da personagem histórica.  “A professora, a intelectual, a flamenguista e fã de gatos”, elenca a entrevistadora. “E entendemos a importância de valorizar a cultura oral, fortalecendo nossas memórias e também representações não românticas da luta e do movimento negro”.

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Nascida em 1935, ela foi uma das pioneiras no estudo das relações raciais no Brasil e uma voz crucial no movimento negro e feminista no país
Lélia Gonzalez foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU)
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Lélia Gonzalez foi uma figura central na história do Brasil, destacando-se como uma intelectual, professora, antropóloga e militante dos direitos das mulheres negras

Arquivo Pessoal
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Nascida em 1935, ela foi uma das pioneiras no estudo das relações raciais no Brasil e uma voz crucial no movimento negro e feminista no país

Arquivo Pessoal
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Lélia Gonzalez foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU)

Cezar Loureiro/ Reprodução

Entre os depoimentos mais emocionantes do curta, Maíra destaca os de Jurema Batista, primeira deputada estadual negra do Rio de Janeiro, e de Lili Almeida, sobrinha de Lélia. “Jurema contou histórias da militância de Lélia que eu nunca tinha ouvido falar. Ou seja, todo mundo tinha uma novidade para compartilhar”, afirma.

“Mas, sem dúvida, um dos momentos que levou toda equipe às lágrimas foi quando entrevistamos Lili de Almeida, sobrinha de Lélia. Eu fiz meia dúzia de perguntas e quando a câmera começou a gravar, Lili falou uma hora sem parar. Eram histórias muito bonitas da juventude e da vida de Lélia no âmbito doméstico. Ali, a gente teve a chance de conhecer o íntimo dela. Lili se emocionou muito ao final da fala e fez todo mundo chorar de emoção e alegria”

Maíra Brito, doutora em Direitos Humanos e Cidadania (UnB), diretora do Eixo de Comunicação do Instituto Memorial Lélia Gonzalez e a responsável por conduzir as entrevistas do documentário

Com cerca de 30 minutos de duração, o documentário foi concluído cerca de um mês após a última entrevista. “Nilson Rodrigues, da Associação Amigos do Cinema e da Cultura, junto com a família de Lélia pensaram em alguns nomes [de entrevistados] conjuntamente. Mas por ser um documentário curto, acabou que muita gente querida ficou de fora. Lélia é admirada por muita gente e isso comprova a força e o tamanho do legado que ela deixou”, pontua Maíra.

Parte de um projeto homônimo abrangente, que tem como objetivo central promover uma reflexão crítica sobre as estruturas de racismo e sexismo que permeiam nossa sociedade, o curta contou com o apoio da família de Lélia para sair do papel. Maíra enfatiza que os parentes da intelectual não têm qualquer interesse financeiro no projeto “e sim o compromisso de manter a salvaguarda da obra de Lélia, que merece ter a memória celebrada de maneira organizada, respeitosa e de fácil acesso ao público”.

Confira o documentário abaixo: 

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