Artistas vão para o Onlyfans para fugir das regras do YouTube
Políticas mais enxutas, lucro certo e popularidade têm levado cada vez mais cantores à plataforma de conteúdo on-demand
atualizado
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Anitta, Valesca, Mirella, MC Rebecca e até o queridinho Silva. Esses são apenas alguns dos cantores brasileiros que já se renderam à popularidade e às políticas enxutas do OnlyFans, exclusivo para o público +18. Para além da possibilidade de lucrar com a venda e a exposição de fotos e vídeos sobre demanda, a plataforma virou uma saída para artistas evitarem dores de cabeça com certos conteúdos.
Valesca Popozuda, por exemplo, decidiu lançar materiais exclusivos de seu mais novo single, Presentinho, na plataforma. “O OnlyFans é mais aberto que o Youtube. Meu clipe Viado foi censurado lá, porque aparecem bundas de homens. E outros clipes também. Então o YouTube está muito chato, muito restrito”, disse a cantora ao Metrópoles, ao justificar a estratégia.
Outro atrativo, tanto para as celebridades, quanto para os famosos, são os valores que os usuários desembolsam na rede social, repassados aos criadores pela empresa. Segundo o OnlyFans, desde sua fundação, em 2016, foram pagos o equivalente a US $ 4,5 bilhões a donos de perfis.
Artistas são bem-vindos
Apesar de já estar em operação há cinco anos, o OnlyFans se popularizou de fato durante a pandemia de Covid-19. Em reportagem recente do Financial Times, a empresa informou que sua receita cresceu 553% entre janeiro e novembro de 2020, quando os usuários gastaram US$ 2,36 bilhões no site — sete vezes que nos períodos anteriores.
Os artistas, é claro, contribuíram com a popularização do serviço. Não à toa, a plataforma afirma que eles são “muitíssimos bem-vindos” por lá.
“Já somos o lar de vários artistas que compartilham seu conteúdo musical, bastidores de projetos em que estão trabalhando, e detalhes sobre sua vida pessoal, que não podem ser encontrados em outras redes”, afirmou um porta-voz do OnlyFans ao Metrópoles, que destacou a presença de Anitta. “É a mais notável entre os brasileiros”, confirmou.
Youtube nega censura
Valesca não é a única cantora a afirmar que já sofreu censura do YouTube. Na semana passada, Luísa Sonza causou nas redes sociais ao acusar a plataforma de remover o clipe de Mulher do Ano, uma das faixas mais sensuais de seu novo disco, Dolce 22. Durante o tempo em que o vídeo ficou inacessível, a artista decidiu lançá-lo em um site pornô e foi muito criticada pela atitude. Horas depois, reconheceu o erro e disse que agiu por revolta.
A assessoria do YouTube Brasil esclareceu que o clipe de Luísa foi não ficou suspenso por causa do conteúdo sensual e sim por uma questão técnica, envolvendo direitos da gravadora.
Essa, no entanto, não é a primeira vez que Luísa reclama de medidas tomadas pela plataforma em relação aos seus clipes. O vídeo de Atenção, parceria com Pedro Sampaio, também recebeu classificação de “conteúdo explícito”. Durante o acontecimento, os artistas afirmaram que o site tinha boicotado a produção, causando redução em seu alcance.
Questionado sobre os limites de suas políticas, o YouTube afirmou que “utiliza uma combinação de pessoas e sistemas automáticos para identificar conteúdo possivelmente problemático em grande escala” e que “conta com a ajuda da comunidade de usuários para sinalizar conteúdo quando acreditam que um vídeo não deveria estar disponível na plataforma”.
“Quando esse conteúdo potencialmente violador é identificado, revisores humanos analisam se ele viola ou não as políticas do YouTube. Até que esse processo aconteça, um vídeo pode não aparecer nos resultados de busca, na home ou nas recomendações . Após a avaliação humana, que acontece rapidamente após o primeiro sinal vermelho, o vídeo pode ser removido ou mantido no ar e essa decisão é usada para treinar nossas máquinas e melhorar nossa cobertura”.
Apesar de estar perdendo terreno para outras redes sociais por causa de supostos episódios de censura, a empresa garante que conteúdos com fins claramente educacionais, documentais, científicos ou artísticos têm uma tolerância maior durante as revisões.
“Não é permitido no YouTube conteúdo como pornografia que tenha como objetivo a satisfação sexual. A nudez é permitida quando o principal objetivo dela é educativo, documentário, científico ou artístico e não é infundada. No entanto, é possível que haja uma restrição de idade desse conteúdo para proteger públicos jovens”, alega.