Viúvo de Zé Celso não acredita em ajuda de Silvio Santos: “Um escroto”
Expectativa era de que Silvio Santos desistisse da briga que trava desde os anos 1980 pelo terreno anexo ao Teatro Oficina
atualizado
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Um mês após a morte de Zé Celso, o ator e viúvo do diretor, Marcelo Drummond, afirmou não acreditar que Silvio Santos entregará o terreno contíguo ao Teatro Oficina à companhia teatral. A área localizada no bairro Bela Vista, em São Paulo, é objeto de disputa entre o Teatro e o grupo de comunicação há anos: enquanto Zé sempre sonhou em construir um parque no local, o Parque do Rio Bixiga, o SBT planejava construir uma sede para a emissora — o que foi barrado pela Justiça.
“Eles querem dinheiro. É tudo por dinheiro. Dê o dinheiro e eles entregam”, afirmou Drummond em entrevista ao UOL.
Leia: Artistas e amigos de Zé Celso fazem campanha para sensibilizar Silvio Santos
No mês passado, quando a morte de Zé Celso foi confirmada, amigos e artistas próximos ao dramaturgo se manifestaram na web pedindo a Silvio Santos que desistisse da briga pelo terreno. A expectativa era de que o falecimento do artista sensibilizasse o empresário.
“Puxa-saco do ditador militar”
Segundo Drummond, em 2017, Zé Celso recebeu uma ligação telefônica de Silvio Santos, oferecendo a divulgação de uma peça em troca da área anexa ao teatro.
“Eu vi o Silvio Santos ligando lá para casa. Eu atendi o telefone e passei para o Zé. Era a secretária do Silvio. O Silvio Santos oferecendo dinheiro para ele desistir. E o Zé respondeu: ‘Você já foi mais elegante’. Foi antes do O Rei da Vela. Aí sugeriram que ele dava dinheiro e dava muita propaganda no SBT. Para o Zé ficar rico. E o Zé não aceitou.”
Ele ainda afirmou que tanto Zé Celso quanto ele nunca foram fãs de Silvio Santos. “Essa coisa de ‘maior comunicador.’ Caralho! Não é porra nenhuma. Ele é um escroto que conseguiu uma televisão, uma concessão de televisão durante a ditadura militar. Era um puxa-saco do ditador militar”.