Veja como ficaram os espaços culturais atingidos pelas chuvas no RS
Espaços culturais atingidos pelas fortes chuvas no RS precisarão passar por reformas e receber investimentos para recompor o acervo
atualizado
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Com cerca de 19 instituições e 50 museus afetados pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, o estado entra em ritmo de reconstrução também dos espaços culturais. Para auxiliar nesse processo, o Ministério da Cultura (MinC) visitou alguns endereços e elencou próximos passos.
“Nesse giro nós pudemos ver uma pequena parte de toda a cadeia da economia da cultura no estado, que foi severamente atingida. Essa vinda do MinC ao Rio Grande do Sul serviu como um momento de acolhimento e de escuta dos movimentos culturais para que a gente possa fazer a formatação final das ações que serão implantadas pelo Governo Federal e pelo Ministério da Cultura nesse momento de reconstrução de todo o estado”, afirmou o secretário-Executivo adjunto do Ministério da Cultura, Cassius Rosa, em nota enviada à imprensa.
Entre os locais atingidos está a sede do grupo de teatro Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que atua há mais de 70 anos. O espaço é alugado e ficou totalmente destruído após as fortes chuvas. Agora, a ideia é encontrar um local que possa ser cedido ao grupo para que ele volte às atividades.
Outro endereço que ficou devastado foi a unidade do Museu do Hip-Hop localizada em Esteio. Conhecida como a primeira casa de cultura do estilo no RS, o local teve estrutura danificada e mobiliários levados pela enchente.
No Ponto de Cultura Instituto Cirandar, o trabalho será de recomposição do acervo, porque a biblioteca do local foi totalmente perdida. A oficina de xilogravura do Museu do Trabalhador também foi afetada e mais de 70 anos de conteúdos foram perdidos, além do teatro local.
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul teve o espaço subterrâneo atingido e algumas gravuras passam pelo processo de recuperação agora.
Arte submersa: 50 museus foram danificados em enchentes no RS
As enchentes que arrasaram cidades inteiras no Rio Grande do Sul desde o final de abril levaram consigo vidas, bens materiais e, de certa forma, parte da cultura gaúcha. Na capital Porto Alegre, os danos sobre as obras de arte e os equipamentos culturais ainda estão em análise, embora um levantamento preliminar das autoridades aponte que a maior parte do acervo tenha ficado a salvo da água.
O mapeamento inicial sobre os equipamentos culturais impactados pelo desastre meteorológico, realizado pelo Sistema Estadual de Museus (SEM/RS), aponta que pelo menos 50 museus podem ter sido afetados. Até o momento, foram confirmadas inundações em 19 instituições, além de nove museus com transbordamento de calhas e goteiras.
Logo no começo das inundações, instituições que ficam no Centro Histórico da cidade adotaram procedimentos para proteção do patrimônio. O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), por exemplo, movimentou as obras para andares superiores e vedou as aberturas do prédio e da reserva técnica.
Com uma coleção que reúne cerca de 5,7 mil obras de arte, desde a primeira metade do século 19 até os dias atuais, o Margs comemorava 70 anos de existência, expondo suas obras mais importantes. Tudo foi levado aos andares de cima ainda na primeira semana de maio.
Em meio à instabilidade do nível do Rio Guaíba, a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) identificou que algumas criações em papel – entre elas gravuras, fotografias e desenhos – foram afetadas pela enchente. “O diagnóstico preciso das perdas será realizado posteriormente”, informou a secretaria de Cultura do estado por meio de nota. Os autores que tiveram obras atingidas não foram divulgados.
A Secretaria garante que maior parte dos acervos das instituições localizados no centro de POA foi preservada. O local mais impactado teria sido o Museu Estadual do Carvão, que tem como missão preservar o patrimônio histórico-cultural da mineração do carvão no Rio Grande do Sul. O acervo de documentos do espaço foi molhado e precisou ser armazenado no congelador de um frigorífico em São Jerônimo, até que as autoridades tracem um plano de recuperação.