Vai Ter Troco usa comédia para questionar corrupção e elitismo no Brasil
Vai Ter Troco faz críticas sobre corrupção e exploração por meio de uma comédia com Nany People, Miá Mello e Evelyn Castro
atualizado
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Quando algo ruim acontece com você, é comum pensar em como poderia ser diferente e até em como se vingar, caso fosse possível. E os empregados Tonha (Evelyn Castro), Zildete (Nany People) e Nivaldo (Edmilson Filho) têm a oportunidade de se vingar dos patrões que exploram a mão de obra deles em Vai Ter Troco, comédia nacional disponível nos cinemas.
A produção apresenta o deputado Afonso (Marcos Veras) e sua esposa, Sarita (Miá Mello), que usam o tradicional discurso de “vocês são como da família” para abusar das empregadas domésticas e do motorista. Para além disso, a trama coloca o político em meio a um escândalo de corrupção e retrata dois grandes problemas nacionais.
“Porque não usar a comédia, um gênero tão popular e acessível, para questionar algo que está errado? Uma situação brasileira, que é a corrupção, e outra que é não valorizar o serviço e ir para esse lado escravagista que a gente replica. A gente que faz cinema tem uma responsabilidade de que nossos filmes cheguem, questionem, indaguem, cutuquem”, analisa a produtora do longa, Diane Maia.
As questões da trama também mexeram com o elenco. A atriz Miá Mello explica que Sarita é uma mulher narcisista e egóica e que se dedicou a entender como ela funciona para interpretá-la. “Fiquei muito curiosa sobre esses tipos de pessoas. Porque fiquei pensando como faz para maltratar um empregado e os filhos, colocar eles em último lugar. Eu mergulhei nesse lugar de [entendimento sobre] quem é essa personagem.”
Para Nany People, o roteiro convida o público a ter empatia com outras pessoas. “Injustiça tem o tempo todo, mas é preciso entender que em um mundo com tantas transformações não há mais espaço para situações assim. Embora aconteça o tempo todo, pelo menos hoje em dia é mostrado”, avalia a atriz.