Usuários acusam Twitter de racismo por priorizar fotos de brancos a negros
Internautas fizeram montagens com pessoas negras e brancas e o algoritmo da rede social acabou priorizando a imagem das pessoas brancas
atualizado
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Um internauta decidiu fazer um experimento no Twitter, que acabou desencadeando em uma séria discussão sobre desigualdade e racismo. Neste sábado (19/9), um usuário publicou duas montagens diferentes, ambas com imagens do senador americano Mitch McConnell e do ex-presidente Barack Obama.
Na primeira montagem, a foto do senador branco está em cima, e a de Obama, embaixo. Na segunda montagem, a posição das imagens foi invertida. O algoritmo do Twitter, porém, escolheu a foto do senador Mitch McConnell (que tem a pele branca), nas duas ocasiões, para ser o destaque na visualização padrão do tuíte.
Replicando um teste gringo.
Vamos vê qual o algoritmo do Twitter vai escolher: Mitch McConnell ou Barack Obama? pic.twitter.com/FCYyJCKMWh— Joel Luiz (@joelluiz_adv) September 20, 2020
Depois disso, outros usuários da rede social passaram a fazer experimentos semelhantes, mas como o mesmo resultado: com o algoritmo do Twitter priorizando a foto da pessoa branca. Os testes têm gerado indignação e acusações de racismo contra a plataforma.
Até a publicação desta matéria, o Twitter ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto. Mas o chefe de design da empresa, Dantley Davis, respondeu as mensagens na rede social admitindo a culpa pela interpretação do algoritmo do Twitter.
“É 100% nossa culpa. Ninguém deve dizer o contrário. Agora o próximo passo é corrigir”, prometeu ele. Davis também afirmou que o sistema de reconhecimento facial não é utilizado nesses casos e que a empresa está trabalhando para corrigir o erro.
Teste – Os algoritmos do Twitter priorizam pessoas brancas pic.twitter.com/YBbQ1ItfRR
— Luiz Guilherme Prado (@luizguiprado) September 20, 2020
O Twitter se pronunciou sobre o caso.
Fizemos uma série de testes antes de lançar o modelo e não encontramos evidências de preconceito racial ou de gênero. Está claro que temos mais análises a fazer. Continuaremos compartilhando nossos aprendizados e medidas, e abriremos o código para que outros possam revisá-lo. https://t.co/yZphB9pK5p
— Twitter Brasil em 🏠 (@TwitterBrasil) September 21, 2020