Unesco vai trabalhar com governo para recuperar patrimônio danificado
A Unesco se ofereceu para acompanhar e ajudar no trabalho de restauração das obras e patrimônio danificados durante invasão dos Três Poderes
atualizado
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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) vai trabalhar em conjunto com o governo brasileiro para ajudar na recuperação das obras de arte e do patrimônio histórico-cultural danificados pelos terroristas durante a invasão dos Três Poderes no último domingo (8/1). De acordo com a diretora e representante da instituição no Brasil, Marlova Noleto, uma comissão será formada junto ao Ministério da Cultura para acompanhar o trabalho de restauração em Brasília, que é considerada patrimônio da humanidade pelo órgão.
“A Unesco vai trabalhar aliada ao governo federal, Ministério da Cultura e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para recuperar e restaurar o patrimônio danificado. Desde a primeira hora, nós nos colocamos à disposição dos Três Poderes para poder apoiar os esforços de recuperação com especialistas da Unesco, que tem uma larga expertise na recuperação de patrimônio danificado”, afirmou a diretora.
Ao Metrópoles, ela revelou que se reuniu com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, nessa segunda-feira (9/1), para tratar do assunto. Na conversa, elas definiram que será criada uma comissão conjunta para monitorar os trabalhos feitos nos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal.
Patrimônio da Unesco
Marlova também relatou o choque com os atos do fim de semana e reforçou que eles “representam não só um ataque à democracia, mas, também, a maneira deliberada e intencional de depredar o patrimônio público cultural”. A diretora lembrou ainda que por Brasília estar inscrita na lista da Unesco como patrimônio da humanidade, a preservação da cidade é uma responsabilidade de todos.
“Esses ataques impactam, e muito, a imagem e o sítio do patrimônio da Praça dos Três Poderes. Não é substituir um vidro, uma viga, e nós vamos ter a situação resolvida. Nós temos que ver de que maneira ele foi projetado, calculado, pensado. São obras do Niemeyer de inestimável valor histórico e arquitetônico para a capital federal, o país e toda a humanidade”, explicou a diretora.
Embora existam estimativas sobre os prejuízos provocados no Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, ainda não existe uma conta final de quanto os cofres públicos vão desembolsar nas reformas e restaurações.
Mas Marlova lembra que nem tudo pode ser precificado de forma simples. “Gostaria de lembrar que, independente do valor de cada bem, eles têm valor histórico-artístico e cultural inestimável. Não só cada obra de arte em si, mas também os conjuntos arquitetônicos”, finalizou.