David Harbour fala sobre enigma no filme Thunderbolts*
Em entrevista ao Metrópoles, no D23 Brasil, o norte-americano detalhou a experiência na Marvel e como ator de ação
atualizado
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São Paulo — Durante o evento D23 Brasil, que ocorreu em São Paulo entre 8 e 10 de novembro, David Harbour deu detalhes sobre o filme Thunderbolts*. No longa de ação, que estreará em maio de 2025, ele vive o anti-herói Alexei Shostakov, conhecido como Guardião Vermelho no Marvel Cinematic Universe (MCU).
Segundo o ator, o título da produção pode ser um enigma a ser desvendado ao assistir à trama. Além disso, Harbour compartilhou a própria percepção sobre a ligação do personagem com a Rússia, assim como os desafios pessoais no novo trabalho.
Para você, os Thunderbolts são vilões ou heróis? Ou ambos?
David Harbour: Acho que ambos (risos). Na vida, acho que todos nós temos ideias sobre nós mesmos e então todos nós temos impulsos e sentimentos contraditórios. E eu acho que a melhor coisa sobre os Thunderbolts é que eles podem ir e voltar, e isso faz com que seja um movimento muito inesperado.
Alexei é um personagem russo. Como isso se encaixa no mundo atual?
Acho que ficamos longe de questões políticas específicas neste mundo, porque é um mundo fantástico, e queremos que as pessoas se percam nele. Dito isso, acho que ele incorpora muito, o que a Rússia tem sido nos últimos mil anos.
Quando trabalhei nele, olhei para a Rússia ao longo dos tempos. Eu costumava ler muito Tchekhov, quando era mais jovem, e Tolstoi, Dostoiévski. E todos esses são ótimos autores russos que falam sobre família, e eles têm grandes emoções. Quero dizer, é meio que conhecido como o grande urso, esse país, esse grande urso. Há muita história cultural da Rússia que eu quero trazer para o personagem.
Como tem sido interpretar Alexei pela segunda vez, para você, como pessoa?
Eu o amo, então é ótimo. Sempre que você interpreta um personagem, eu acho que você aprende coisas sobre si mesmo que você gosta e não gosta. Conforme você começa a se aproximar de um personagem parece muito diferente no começo.
À medida que você começa a interpretá-lo, ele começa a emergir mais e mais com seus impulsos, tornam-se os impulsos do personagem, e você aprende muito. Às vezes, você acha que alguém está muito longe de você… tipo, Alexi é meio narcisista, e ele pode ser obtuso e pode ser egocêntrico, e um pouco perturbado em sua mente.
Eu tendo a pensar “isso está muito longe de mim, não sou assim de jeito nenhum”. Quando você começa a interpretá-lo, percebe que há coisas sobre você. É sempre uma experiência iluminadora ser um ator, porque você consegue ter empatia com outras pessoas e outras personalidades, realmente encontrar os lugares em si mesmo onde essas coisas ressoam profundamente.
E em relação às questões físicas para você como ator? É difícil em um personagem de ação?
Sim, muito difícil. Não sou mais jovem. Quer dizer, não tenho mais 25 anos. Então, meus joelhos são diferentes aos 40 anos do que eram naquela época. Mas eu também realmente gosto disso. Sabe, eu fiz muitas coisas de ação… o programa na Netflix, e tem Violent Night, vários filmes de ação que eu fiz ao longo dos anos. E eu realmente gosto, porque acho que pode ser sempre uma expressão de caráter.
Como a maneira como Alexei luta é muito diferente da maneira como outras pessoas lutam, eu aprendi, trabalhei um pouco de jiu-jitsu para esse mundo e estudei isso, e foi muito interessante.
Mas também é muito desgastante e muito difícil, especialmente quanto mais velho. Simplesmente, seu corpo não se recupera da mesma forma. Então, se você me vir mancando por aí, em algumas cenas, é provavelmente o dia seguinte à parada cardíaca (risos).
O título do filme tem um asterisco. Por quê?
Porque é só uma bala. Alguém atirou em um buraco no poste. E então, você sabe, significa… absolutamente nenhum significado (risos). Não é um enigma… Estou brincando. Não posso te dizer.
Em uma luta entre Alexei e Capitão América, quem ganharia?
Alexei, 100%. Não seriam nem cinco nem 10 minutos (risos).
O ator David Harbour aproveitou a oportunidade para comentar a vinda ao Brasil e elogiar o país. “É lindo. As pessoas são incríveis e a comida é maravilhosa. Também adoro toda a vegetação exuberante e rica. Está chovendo, mesmo assim está ótimo”, garante.