Volta por Cima aposta em protagonismo negro na televisão
Com histórias que refletem o dia a dia dos brasileiros, Volta por Cima estreia nesta segunda-feira (30/9)
atualizado
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O sucesso de Beth Carvalho, Volta por Cima, conta a história de um homem que chega ao fundo do poço, mas muda de vida. No refrão, a voz da icônica sambista lembra os amantes do estilo de uma lição funcional para o dia a dia: “Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima”. Lição esta que agora chega às telas da televisão com a nova novela das sete da TV Globo, Volta por Cima.
Escrita por Cláudia Souto e dirigida por André Câmara, a trama promete refletir as histórias de muitos brasileiros. Nas telinhas, os telespectadores acompanharão a história de Madalena (Jéssica Ellen), a Madá. Ela é uma jovem batalhadora que, como muitos, precisou deixar sonhos de lado para ajudar no sustento da família.
Do outro lado, Jorge, conhecido como Jão (Fabrício Boliveira), luta pelo famoso “lugar ao sol”. Ele trabalha na empresa de ônibus Viação Formosa, comandada pelo poderoso Edson Bacelar (Ailton Graça), como trocador e almeja um cargo melhor após conquistar o diploma de administração com muito esforço.
Embora os dois não se biquem, eles terão uma reviravolta na vida que vai aproximá-los e levá-los a viver um grande romance. Mas essa é apenas a história dos protagonistas, que são rodeados de núcleos leves e cômicos que aparecem como uma nova aposta de diversão para os amantes de novelas.
Atores negros comandam Volta por Cima
Um dos principais destaques da nova produção da Globo é a diversidade, principalmente de pessoas negras em papéis de destaque. “Sempre me incomodou como telespectadora olhar para a novela e me perguntar ‘onde passa, na Suíça?’, porque aquele não era o Brasil que eu via na rua”, explicou a escritora Cláudia Souto em coletiva de imprensa na qual o Metrópoles participou.
Ela destaca que queria apresentar ao público acontecimentos impactantes, mas completamente possíveis no dia a dia, assim como personagens que são facilmente identificáveis. Por isso, ela resolveu trabalhar com a diversidade.
Vivendo a Madá, Jéssica Ellen explica que essa é sua primeira protagonista em 12 anos de trabalho na emissora. “A gente certifica que a mudança está sendo construída”, avalia a atriz, também em coletiva. Ela pontua ainda que muitos nomes importantes vieram antes dela nas telinhas.
“Acho que a gente está vivendo algo que vem sendo construído há muito tempo. Quando falo de protagonismo negro, tem que falar de Zezé Mota, Ruth de Souza, que capinaram o chão e abriram caminho para essa diversidade de pessoas negras na televisão. A gente vive um tempo de muita beleza, mas muita responsabilidade”, pontua.
Quem também acredita que esse é um momento importante e de grande responsabilidade é o ator Ailton Graça. “A partir do momento que a gente tem esse ‘pretagonismo’, a gente vai para um lugar de afetividade que precisa ser construído, uma afetividade que afeta o outro. Essa novela traz a brasilidade, ela fala de como o Brasil dialoga com o mundo.”
Volta por Cima conta ainda com representantes de descendência asiática, que promovem a crescente quantidade de pessoas amarelas no país. “Nunca foi colocado tantos asiáticos e de diferentes nacionalidades. Acho que a Cláudia está trazendo com muito cuidado, estou muito feliz que isso está acontecendo e de forma tão cuidadosa. Estou muito feliz de participar e acho que todo mundo vai gostar”, avalia o ator Chao Chen.