Valentina, de Lília Cabral, será o melhor de O Sétimo Guardião
Desde que chegou a Serro Azul, a personagem começou a desfilar um repertório de maldades
atualizado
Compartilhar notícia
O primeiro olhar sobre Valentina (Lília Cabral), a grande vilã de O Sétimo Guardião, deu pistas falsas – ao melhor estilo Aguinaldo Silva de ser. Logo nos capítulos iniciais, ela não conseguiu impedir o filho, Gabriel (Bruno Gagliasso), de fugir do casamento com Laura (Yanna Lavigne). Em seguida, foi emparedada pelo pai da noiva, Olavo (Tony Ramos). Porém, desde a chegada a Serro Azul, a empresária tem assumido o principal papel na trama.
Valentina, nome pelo qual prefere ser chamada, tem tudo para ser uma daquelas vilãs perversas, capazes de nutrir o ódio e a admiração dos telespectadores. Nos últimos capítulos, ela deu o que falar: esbanjou autoritarismo com seus empregados, arrogância contra a irmã, Marilda (Letícia Spiller), e maltratou o coração de Floriano (Leopoldo Pacheco). Sem falar no impactante encontro com Egídio (Antonio Calloni).
Há algum tempo, a veterana Lília Cabral tem assumido papéis de destaque nas novelas, inclusive, com protagonistas e adoráveis megeras. Confira a trajetória da atriz que promete roubar a cena e O Sétimo Guardião.
Anos 1980 e 1990: conquistando um lugar ao sol
Filha de italiano e brasileira, Lília Cabral Bertolli Figueiredo nasceu em São Paulo, no dia 13 de julho de 1957. Formou-se pela Escola de Arte Dramática em 1978 e, aos 24 anos, fez sua estreia na televisão, na novela Os Adolescentes, produzida pela TV Bandeirantes.
Na década de 1980, chegou à Rede Globo para atuar em Corpo a Corpo, como Margarida, e conseguiu uma proeza: desde então, não ficou um só ano fora do ar, sendo uma das atrizes mais ativas da emissora. Depois de trabalhar em De Quina Pra Lua (1985), Hipertensão (1986) e Mandala (1987), surgiu a grande oportunidade como a divertida Aldeíde, de Vale Tudo (1988). A explorada secretária ávida pela fama caiu no gosto popular e lançou a artista ao estrelato, no embalo de uma produção que conquistou o país inteiro.
Em 1989, Lília deu vida a outra personagem divertida: a Amorzinho, de Tieta. Uma viúva fogosa que enlouquecia a cabeça de Chalita (Renato Consorte), mas sempre era repreendida pela pudica Perpétua (Joana Fomm). Daí em diante, seguiu-se uma série de trabalhos na Globo, entre novelas e minisséries, destacando-se Alva, de Pedra Sobre Pedra (1992), Simone, de Pátria Minha (1994) e Goreti, de Anjo Mau (1997).
A vez dos grandes papéis
Com a chegada do século 21, Lília Cabral conquistou um lugar entre as estrelas de primeira grandeza. O destaque veio com Ingrid, de Laços de Família (2000 – 2001), quado deu um show de interpretação ao viver uma personagem atormentada pela filha rebelde Íris (Deborah Secco). Outro papel marcante foi Marta, em Páginas da Vida (2006). Vilã, deu vazão a toda sua fúria ao descobrir que a herdeira, enviada para estudar no exterior, ficou grávida de gêmeos.
Quando a jovem Nanda (Fernanda Vasconcellos) morreu no parto, a mulher inventou que um dos bebês, com síndrome de Down, havia falecido. Contudo, tão logo soube da fortuna do pai das crianças, resolveu tirar proveito da situação e recuperar a guarda do pequeno.
Vale menção a Catarina, de A Favorita (2008). A mulher sofria nas mãos do marido tirânico, Léo (Jackson Antunes), que não aceitava ser contrariado em hipótese alguma. A trama dos dois causou comoção nacional e ela surpreendeu na fase final da novela, ao enfrentar o companheiro e se envolver com uma mulher, Stela, interpretada por Paula Burlamaqui.
A primeira década do novo milênio terminou com dois sucessos estrondosos. Um na TV, no folhetim Viver a Vida, no qual interpretou Tereza, uma mulher deixada pelo marido, Marcos (José Mayer), que se envolveu com Helena (Taís Araújo), uma modelo 30 anos mais nova; e outro na telona, em Divã (2009), responsável por uma bilheteria de 1,5 milhão de pessoas.
No longa-metragem, Mercedes (Lília Cabral), tinha uma vida perfeita e queria saber o motivo disso. Porém, ao entrar no consultório, ela começa a lidar com uma série de questões até então ocultas e tem sua vida transformada. A obra foi levada até mesmo para a TV, virando minissérie da Globo em 2011.
A primeira protagonista
Em 2011, Lília Cabral teve a oportunidade de interpretar sua primeira protagonista: Griselda, de Fina Estampa. Quem deu essa chance foi Aguinaldo Silva, o mesmo autor de O Sétimo Guardião. Na trama, ela interpretava uma espécie de “marido de aluguel”, que fazia reparos nos mais diversos lugares e estava sempre usando seu inseparável macacão. Após ganhar na loteria e ficar milionária, passou a viver às turras com Tereza Cristina (Christiane Torloni), ex-esposa de René (Dalton Vigh), o marido de Griselda.
Uma nova protagonista de sucesso foi vivida pela artista em Império (2014). Como a ricaça Maria Marta, ela infernizava a vida do marido, José Alfredo (Alexandre Nero), conhecido como Comendador. Para piorar a situação, ele arruma uma amante, Maria Ísis (Marina Ruy Barbosa), justamente a atriz que interpreta hoje a “inimiga” de Lilian na atual película.
Um repertório de maldades
Do alto de seus 61 anos, Lília Cabral está apenas começando a mostrar seu repertório de maldades na nova novela das 21h da Rede Globo. Aguinaldo Silva já adiantou que da antagonista o público pode esperar de tudo. “Ela terá motivações para suas crueldades. Não será vilã apenas por ser má, terá uma dose de bom humor, senão ficaria pesada e pavorosa. Valentina será uma supervilã com essas características”, afirmou o autor.
Obviamente, não poderia faltar a análise da própria Lília e sua Valentina. O que a estrela acha da personagem? “Ela é uma mulher má, amargurada, que toma as atitudes de seu próprio jeito. Como ficou empoderada e enriqueceu, não tem tempo para a bondade. Valentina nem sequer gosta do filho, mas isso só vai ficar evidente mais para frente”, adianta.
A atriz diverte-se com a trama. “É uma grande personagem e vou fazer de tudo para defendê-la. Não me inspirei em nenhuma outra vilã. Então, ela é minha! (Risos) Há um lado dissimulado na Valentina que adoro. Amo fazer as pessoas chorarem comigo e, pouco depois, perceberem a mentira nas lágrimas”, finaliza.