“Twin Peaks”, o revival: terceira temporada estreia cheia de mistério
Criada por David Lynch e Mark Frost, cultuada série retorna com 18 novos episódios a partir de domingo (21/5), nos Estados Unidos
atualizado
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“Twin Peaks”, a adorada série de David Lynch e Mark Frost, retorna neste domingo (21/5) à telinha, com capítulo de duas horas. O revival do programa reúne 18 novos episódios – todos dirigidos por Lynch – em uma terceira temporada fechada, sem previsão de renovação. O seriado será exibido no Brasil pela Netflix, com um dia de atraso em relação à transmissão internacional.
A terceira temporada reabre a caixinha de mistérios encerrada há 25 anos, quando Lynch dirigiu o filme “Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer” (1992), que serve de prelúdio das duas primeiras temporadas (1990 e 1991).
Na história original, a fictícia cidade de Twin Peaks sofre um trauma coletivo após o cruel assassinato de Laura Palmer (Sheryl Lee). O agente do FBI Dale Cooper (Kyle MacLachlan) é destacado para investigar o caso. A trama policial representa apenas uma das múltiplas camadas da série.Conheça elenco e novidades da nova temporada de “Twin Peaks”:
Série mais surreal, impossível
Com uma multidão de personagens, “Twin Peaks” passeia por núcleos familiares, mostra traições conjugais, inimizades adolescentes e detalha bizarrices das mais improváveis: uma mulher de tapa-olho obcecada por cortinas, um policial que chora por tudo, uma senhora que zanza por aí carregando um toco de madeira.
Lançada numa época em que as séries ainda não eram o fenômeno popular e cult que são hoje, “Twin Peaks” representou uma ousadia de formato e linguagem.
Bem antes de “The Wire” (2002-2008), “Mad Men” (2007-2015) e “Breaking Bad” (2008-2013), três das produções da chamada Era de Ouro da TV, o programa de Frost e Lynch mostrou que era possível fugir de fórmulas prontas e desafiar (e conquistar) o público.
https://www.youtube.com/watch?v=UCHtSvgoHxE
A credencial cult e o atribulado retorno
Ao lado de Frost, cocriador e corroteirista, Lynch carregou para a telinha sua estética forjada no cinema: o gosto pelo surreal, o cruzamento de gêneros (terror, romance, policial, comédia, melodrama) e a crônica que envolve sonho, pesadelo e vida cotidiana dos EUA.
“Twin Peaks” é tão amada pelos fãs do diretor quanto seus melhores e mais populares filmes, como “Veludo Azul” (1986) e “Cidade dos Sonhos” (2001). Apesar do peso artístico e do crédito popular, a nova e terceira temporada ficou por um fio. Rumores de um retorno circularam por anos.
Em 2014, o canal Showtime anunciou uma nova temporada de nove partes. Divergências entre a emissore e Lynch/Frost, quanto a orçamento e quantidade de episódios, interromperam as negociações. Após um acordo, o número dobrou – a dupla bateu o pé por 18 capítulos e foi atendida, tal é o prestígio de “Twin Peaks”.