The Chosen: do financiamento coletivo a 770 milhões de views no mundo
A 4ª temporada de The Chosen: Os Escolhidos chegará primeiro aos cinemas, dia 21 de março, para depois entrar para o catálogo do streaming
atualizado
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Com a estreia da quarta temporada de The Chosen: Os Escolhidos se aproximando, o interesse em relação ao drama histórico baseado no ministério de Jesus de Nazaré e seus discípulos cresce. Para colocar os cinéfilos no clima da série, que será lançada primeiro nos cinemas, no dia 21 de março, o Metrópoles remonta a trajetória da produção: de um curta feito para o culto anual de Natal de uma igreja protestante dos EUA até ser traduzido para mais de 50 idiomas e ultrapassar a marca de 200 milhões de espectadores únicos em 175 países, incluindo o Brasil.
Criada, dirigida e co-escrita por Dallas Jenkins, The Chosen apresenta uma abordagem inédita para a passagem do Messias pela Terra, agora, sob a ótica de seus apóstolos e seguidores. O sucesso no Facebook incentivou o diretor a transformar o produto religioso em seriado e convidar Derral Eves para ser o produtor executivo.
O episódio piloto foi lançado em 2017, na plataforma cristã VidAngel, mas a barreira financeira fez com que o projeto fosse interrompido. Para tirar a ideia do papel, Jenkins e Eves realizaram o que se transformou no maior financiamento coletivo de que se tem notícia. A vaquinha custeou cerca de US$ 100 milhões (R$ 492 milhões, aproximadamente) das despesas da produção.
Com parte do dinheiro, Jenkins comprou uma propriedade no Texas (EUA), e reproduziu a cidade bíblica de Cafarnaum, onde se passa boa parte da trama. “Ela parece Israel em algumas partes, além de permitir que tenhamos nosso estúdio de gravação ao lado da nossa própria ‘vila de Cafarnaum’. Isso permite que fiquemos por perto e não precisemos viajar toda hora para filmagens, especialmente no meu caso”, explicou o diretor, em entrevista à Gazeta do Povo.
Os sete capítulos que completam a primeira temporada só foram lançados em 2019. A repercussão tamanha nas redes sociais levou The Chosen para plataformas de streaming como a Netflix, onde soma 770 milhões de visualizações de seus episódios. Além dos aplicativos oficiais The Chosen e Angel Studios, encontrados nas lojas dos smarthphones e em TVs compatíveis com o Google TV.
Em 2023, a gigante produtora de Hollywood Lionsguate adquiriu os direitos globais de distribuição e manteve a estratégia de lançamentos nos cinemas. As versões exibidas nas telonas renderam, até o momento, aproximadamente US$ 35 milhões (cerca de R$ 172 milhões) em bilheteria nos EUA.
O escolhido
Jonathan Roumie (Jesus Revolution) dá vida ao protagonista e integra o elenco composto por atores de origem árabe, judaica, do sudeste asiático e do norte da África. O ator traz uma versão bem-humorada do Filho de Deus, que se diferencia da imagem de sofrimento e dor propagada em filmes como A Paixão de Cristo (2004), dirigido por Mel Gibson e com Jim Caviezel no papel principal.
O retrato moderno do calvário do Cordeiro é um dos fatores que tornam a série tão elogiada e fez com que a primeira temporada conquistasse 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, website americano, agregador de críticas de cinema e televisão. O projeto também resgata costumes e o cenário político da época de uma forma nunca vista em outros títulos do gênero.
O papel de Jesus mudou a vida de Roumie, o ator, que é católico, disse que estava endividado e com a carreira estagnada quando recebeu o convite de Jenkins. “Cheguei a um ponto em que estava desesperado, sem dinheiro e sem comida. Percebi naquele momento que não tinha outra alternativa a não ser confiar total e completamente na minha fé e oferecer tudo em oração”, contou à Fox News.
O sucesso mundial de The Chosen levou Roumie a dois encontros com o Papa Francisco. No primeiro, em agosto de 2021, o ator convenceu Dallas Jenkins, cristão evangélico, a acompanhá-lo. A reunião com o pontífice resultou na série documental Jonathan and Jesus, lançada pela Amazon Prime Video em janeiro deste ano.
Para o CNA, Roumie declarou não se preocupar se ficará marcado pela interpretação de Jesus e não conseguir outros papéis em Hollywood. “Não me importo. Quero dizer, sim, eu adoraria trabalhar, é claro, mas confio em Deus e em tudo o que Ele faz”, afirma.
Brasileira no elenco de The Chosen
No elenco, formado ainda por Vanessa Benavente (Maria, mãe de Jesus), Shahar Isaac (Simão Pedro), George Xanthis (João), Paras Patel (Mateus), Elizabeth Tabish (Maria Madalena), Luke Dimyan (Judas), Erick Avari (Nicodemus) e Nick Shakoour (Zebedeu), entre outros, uma brasileira se destaca na pele de Eden, esposa de Simão Pedro.
Mineira de 31 anos, Lara Silva mudou-se para os Estados Unidos com apenas 6 anos de idade. Ela havia ficado no Brasil quando sua mãe partiu para o Sul da Flórida, em busca de uma vida melhor. Antes de dedicar-se às artes, pensou em estudar microbiologia e chegou a estudar dois semestres, até decidir fazer aulas de atuação na University Center For The Performing Art.
Cristã, Lara Silva conta que fez teste para interpretar Maria Madalena na série de Dallas Jenkins e credita a Deus a conquista de seu papel em The Chosen. “Em nossas mentes nós pensamos: ‘Quero fazer isso, isso e isso, e tenho esperanças e sonhos de fazer isso e quero realizar aquilo’, mas é Jesus quem vai abrir ou às vezes fechar essas portas para mim”, refletiu em entrevista ao Faithwire.
Visita ao Brasil
Os atores Jonathan Roumie (Jesus Cristo), Paras Patel (Mateus) e Lara Silva (Eden) desembarcarão no Brasil entre os dias 16 e 22 de março para eventos de lançamento da quarta temporada de The Chosen, em São Paulo e Rio de Janeiro. A distribuição nacional é da Paris Filmes em parceria com a 360 WayUp.