metropoles.com

The Chair: comédia da Netflix satiriza a universidade para falar do mundo real

Com Sandra Oh no papel principal, a série é uma das principais novidades de 2021: leia crítica

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
ELIZA MORSE/NETFLIX
The chair_5
1 de 1 The chair_5 - Foto: ELIZA MORSE/NETFLIX

A passagem do tempo tem inúmeros significados. A ficção científica já explorou viagens ao passado e ao futuro. A psicologia nos ensina a focar no presente. E o entretenimento dá mais camadas interpretativas ao tema. The Chair, da Netflix, usa a comédia para explorar o assunto. Do envelhecimento aos novos acordos sociais, tudo está presente nos ágeis e excelentes seis capítulos da produção.

The Chair traz Sandra Oh – mostrando toda sua capacidade de comédia – como a professora Ji-Yoon Kim, primeira mulher a assumir como chefe do departamento de inglês da universidade de Pembroke. Ela é, igualmente, a primeira não-branca a ocupar o posto. No cargo de chefia, tenta levar o departamento para a contemporaneidade, aproximar a literatura dos anseios do estudantes atuais.

5 imagens
Holland Taylor como Joan em The Chair
Sandra Oh como Ji-Yoon em The Chair
The Chair
The Chair
1 de 5

Nana Mensah como Yaz em The Chair

ELIZA MORSE/NETFLIX
2 de 5

Holland Taylor como Joan em The Chair

ELIZA MORSE/NETFLIX
3 de 5

Sandra Oh como Ji-Yoon em The Chair

ELIZA MORSE/NETFLIX
4 de 5

The Chair

ELIZA MORSE/NETFLIX
5 de 5

The Chair

ELIZA MORSE/NETFLIX

É no choque de gerações que The Chair coloca à prova sua própria leitura da passagem do tempo. Ao mostrar o embate entre os professores mais antigos, presos em seus dogmas e preconceitos, contra a nova geração, de mestres e de estudantes, que pretendem ter outras leituras sobre os “clássicos da língua inglesa”, a série arranca risadas e mostram o quão anacrônico ainda é o mundo acadêmico – assim como o jornalístico, o cinéfilo e por aí vai.

Nesse confronto, The Chair, criado por Amanda Peet e Annie Julia Wyman, explora temas atuais: racismo, machismo, etarismo, cultura do cancelamento e as novas formas de comunicação. Tudo isso em meio a um texto leve e muito inteligente, capaz de apontar para as incoerências de todos os lados do conflito – o que torna o fato de a série ter “apenas” seis episódios de 30 minutos ainda mais surpreendente.

É sensacional a cena em que, confrontado por alunos por uma piada sobre o nazismo, um professor (homem, branco e escritor famoso) se mostra incapaz de reconhecer suas falas, assim como o grupo (estudantes, jovens, indignados) não conseguem ouvir a divergência – em um diálogo que parece dois monólogos se confrontando. Uma sequência brilhante. O mesmo pode ser dito da construção da personagem Yaz McKay (Nana Mensah), professora negra, que reflete a mudança e a jovialidade no âmbito acadêmico.

Nessa construção do que é anacrônico e de como o tempo promove choque entre gerações, The Chair toca em temas complexos com inteligência e leveza, se mostrando um dos entretenimentos mais interessantes deste ano.

Avaliação: Excelente

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?