Taina Müller sobre Bom Dia, Verônica: “Diz respeito a todas as mulheres”
A série brasileira estreia na Netflix no próximo dia 1º e traz temas sociais, como a violência física e mental contra a mulher
atualizado
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A Netflix estreia em 1º de outubro a série brasileira Bom Dia, Verônica. Baseada na obra homônima de Ilana Casoy e Raphael Montes, a trama promete mexer com o coração até dos mais durões – leia a crítica do Metrópoles. O elenco conta com nomes como Tainá Müller, Eduardo Moscovis e Camila Morgado.
Na série, Verônica Torres (Müller) tem um trabalho burocrático na Delegacia de Homicídios de São Paulo. Após presenciar um suicídio, alguns traumas do passado vêm à tona. Na mesma semana, ela recebe um telefonema anônimo de uma mulher desesperada, com a vida em perigo. Determinada, ele decide usar toda sua habilidade investigativa para mergulhar nos casos das duas: a jovem suicida enganada por um golpista na internet e a esposa subjugada pelo marido, um inteligente serial killer. Ao se aprofundar nas investigações, Verônica encara um mundo perverso, que põe em risco sua família e sua própria existência.
Em conversa com jornalistas na última quarta-feira (23/9), Müller, Moscovis (o vilão) e Morgado (a vítima) comentaram sobre os desafios de interpretar personagens tão fortes, além de abordar temas de extrema importância social, como a violência física e mental contra a mulher e a corrupção policial.
“Estamos falando de uma realidade brasileira. Eu sou mulher, precisamos entender o que é ser mulher nessa sociedade. É um tema que me toca muito, sempre me tocou. Foi difícil não me envolver pessoalmente no assunto [da série], diz respeito a todas nós”, afirmou a protagonista Tainá Müller.
“Eu tive muito respeito por viver a vítima, eu precisava que essa história fosse contada pelos estágios de ser uma vítima, eu tinha um comprometimento que ela fosse bem retratada. “, ponderou Camila Morgado. Por fim, Moscovis garantiu que precisou entender seu lugar no papel de Brandão: “O lugar desse cara é muito mais cruel e covarde quando você percebe que ele existe do seu lado”.
“Nós, como privilegiados, é fundamental se questionar, questionar o nosso comportamento. Eu acho que a partir de mim, da minha atuação, pode ser que apareça uma reflexão”, garantiu Du Moscovis.
Eu acho fundamental falar desse tema tão urgente, precisamos pressionar a sociedade, abrir a reflexão sobre a violência doméstica. Falar sobre o quanto nosso machismo é estrutural, o quanto a sociedade normatiza a questão da violência de gênero. Através da ficção a gente pode falar de um tema, as mulheres podem se identificar e nomear o que precisa ser denunciado.
Camila Morgado
Fidelidade ao livro
Responsáveis por escrever o livro e participarem da produção da série, Ilana Casoy e Raphael Montes garantiram que adaptações na trama literária foram necessárias para incluir temas de relevância na produção televisiva.
“Eu acredito que a adaptação é sempre necessária. As mudanças são importantes, mudar para manter a essência da história. E no caso de Bom Dia, Verônica era quase um debate entre o Raphael que escreveu o livro e oque precisava fazer o roteiro. Não era um debate fácil. O processo de criação é desafiador, mas a Netflix tem muito a ideia da autoralidade, de manter uma marca”, garantiu Montes.