Substituta de Patrícia Poeta, Valéria Almeida já trabalhou como diarista
Interina do Encontro, Valéria Almeida desabafou sobre os desafios e preconceitos que precisou enfrentar em sua trajetória profissional
atualizado
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Substituta de Patrícia Poeta no Encontro, durante as férias da apresentadora, Valéria Almeida enfrentou muitas batalhas antes de ter seu talento como comunicadora reconhecido. Nessa segunda-feira (3/7), ela brilhou ao lado de Tati Machado em sua estreia como titular do matinal e foi bastante elogiada por internautas.
Em entrevista à Caras, Valéria contou que sua trajetória nem sempre foi fácil, sobretudo por causa da origem humilde. “Eu não tinha condições financeiras e fiquei muito tempo desempregada, porque viam meu endereço, minha foto 3×4 e aquela combinação não dava, ninguém me chamava. Comecei a trabalhar quando passei a colocar endereços que não eram meus, porque era um lugar descriminado”, revelou.
A apresentadora lembra que precisou fazer faxina na casa de professores para conseguir pagar as contas. “Fiquei inadimplente na faculdade, fui proibida de assistir aulas, fiz bicos, faxina na casa de professores. Essa vontade de estudar e ter uma profissão foi o que me fez não desistir, porque o processo foi muito difícil”, declarou a interina.
“Quando falo da minha história, não sei dizer de onde tirei força, mas acredito que tinha uma inspiração: queria que meus pais tivessem orgulho de mim. Minha mãe morreu quando eu tinha 10 anos. Foi minha avó quem me criou e ela dizia que o estudo é nossa liberdade”, disse.
Valéria Almeida, apresentadora
Racismo
Para além das barreiras sociais, Valéria diz que teve de enfrentar muito racismo antes de ocupar sua posição atual. “Quando você nasce mulher e nasce mulher negra, as barreiras surgem o tempo inteiro, mesmo que não sejam ditas ou verbalizadas, porque a gente precisa mostrar que a gente é tão capaz quanto qualquer outra pessoa”, contou.
“Quando eu ainda estava em Santos, uma pessoa disse que eu levava jeito para estar na TV, mas meu cabelo não combinava com TV. O que me limitava não era minha capacidade, mas minha existência como mulher negra. Quando fui convidada para a TV, conversei com o Caco: se vocês gostarem de mim, vou ter que mudar meu cabelo? Se for, prefiro nem começar”, detalhou.