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Streaming mostra força e “rouba” rostos conhecidos da TV aberta

Com número maior de concorrentes no país, empresas como a Netflix, Prime Video e HBO Max fecham com talentos como Eliana, Xuxa e Angélica

atualizado

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Eliana, Angélica e Xuxa
1 de 1 Eliana, Angélica e Xuxa - Foto: Reprodução

Klebber Toledo e Camila Queiroz na Netflix, Xuxa no Prime Video e Angélica no HBO Max. Não há como negar que o streaming está cada vez mais com a cara da televisão aberta. E vem mais por aí. Nesta semana, a Netflix anunciou seu mais novo talento: a apresentadora Eliana. Ela vai comandar o Ideias à Venda, reality de empreendedorismo, que, pela sinopse, terá um formato bem parecido com o Shark Tank, da Sony, exibido no Brasil pela Band.

A loira é uma grande conhecida do público que, nos anos 1990, passava a manhã assistindo desenhos no sofá. Ao lado de Xuxa e Angélica, Eliana formou o trio de ícones que marcou a programação infantil no comando do Festolândia e do Eliana e Cia, no SBT. Mais tarde, em 2005, se reinventou como apresentadora para o público adulto com o Tudo é Possível, na Record. Desde 2009, comanda um programa com seu próprio nome, na emissora em que ficou famosa.

A contratação não surpreendeu especialistas em TV. Carla Bittencourt, colunista do Metrópoles, acredita que Eliana pode ajudar a popularizar o streaming entre um público que ainda não consome esse tipo de serviço. “Ela tem um público fiel, que acompanha há 30 anos e a Netflix pode estar de olho, sim, nessa galera que ainda não consome streaming, que não enxerga o streaming como algo popular, que não entende mesmo o que é Netflix. Pra muitos, Netflix é ‘mais um canal’ a cabo”, pontua.

“Mas mais do que isso, acredito que a Netflix tenha interesse na mídia, no burburinho. Quando eles contratam a única mulher que apresenta um programa aos domingos num canal como SBT, eles ganham uma mídia que não ganhariam se contratassem outro tipo de profissional”, ressalta Carla.

O pesquisador Fernando Morgado, autor de Silvio Santos, A Trajetória do Mito, tem opinião parecida. Ele acredita que após o crescimento acelerado do streaming no início da pandemia de Covid-19, as empresas do setor estão buscando consolidação.

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Angélica ao lado de Xuxa em seu programa Jornada Astral, do HBO Max
Xuxa e Ikaro Kadoshi
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Programa de Eliana chegou em 9 de fevereiro, na Netflix, e será dividido em seis episódios

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Angélica ao lado de Xuxa em seu programa Jornada Astral, do HBO Max

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Xuxa e Ikaro Kadoshi

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“O streaming já não é mais novidade. Já passou o tempo em que a base de assinantes crescia vertiginosamente. Por isso, o maior desafio nos dias de hoje é reter quem já paga pelo serviço, evitando a chamada ‘assinatura bumerangue’. É preciso trazer novidades o tempo todo. A chegada de grifes da TV aberta ajuda muito nesse sentido, pois repercute na imprensa e surpreende o telespectador, que ganha mais razões para continuar pagando sua mensalidade”, opina.

Fernando Morgado, pesquisador
Cenário de estagnação para as gigantes

A avaliação de Fernando está de acordo com uma recente avaliação de desempenho enviada ao Metrópoles pelo site alemão de monitoramento Just Watch. O levantamento mostra que tanto a Netflix quanto o Amazon Prime Video perderam 1 ponto percentual de sua participação de mercado entre o segundo e o terceiro trimestre de 2021, período que coincide com a chegada de novos concorrentes ao país.

No entanto, como mostra pesquisa divulgada pelo Metrópoles, o streaming – como setor – tem aumentado de audiência, à medida que a TV aberta tem enfrentado dificuldades para agradar ao público.

Dados streaming
Dados compartilhados pela Just Watch com o Metrópoles mostram estagnação da Netflix com a chegada de novos concorrentes

Entre junho, mês de lançamento no Brasil, e setembro, o HBO Max alcançou 10% de participação no mercado. O Star + também testemunhou um crescimento significativo, chegando a 9% – embora tenha alcançado essa conquista tendo sido lançado apenas em julho de 2021. Ambos serviços contam com programação esportiva, além do serviço de entretenimento.

“Nessa fase de fortíssima disputa no streaming, já congestionado com tantas opções, as empresas que atuam nesse mercado têm dois caminhos: buscarem o tempo e o dinheiro da concorrência direta ou de outros meios. A segunda opção se mostra interessante, principalmente por conta da força da TV aberta brasileira. Essa opção também é interessante para os talentos, pois, dependendo do contrato que tenham, podem trabalhar em várias mídias ao mesmo tempo”, completa.

É o que fará Eliana, que apesar de estrear na Netflix em fevereiro, renovou seu contrato no ano passado com o SBT por quatro anos. Sendo assim, a loira estará no comando de seu programa homônimo até 2025.

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