Snyder deixa “caixa” das HQs e brinca com fobias humanas em Rebel Moon
Zack Snyder lança Rebel Moon, novo filme de ficção-científica da Netflix, em 22 de dezembro. Diretor conversou com o Metrópoles
atualizado
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São Paulo (SP) — A fase mais recente da carreira de Zack Snyder é atrelada aos filmes de super-heróis da DC Comics. Liga da Justiça, Batman vs Superman, O Homem de Aço e outras produções com ícones dos quadrinhos, no entanto, são passado para o diretor de cinema. Agora que deixou a “caixinha” da expectativa de fãs de HQs, o astro investe em um novo e ambicioso projeto da Netflix, considerado o maior orçamento do ano da plataforma de streaming.
Com investimento na casa dos US$ 166 milhões, a plataforma lança em seu catálogo, em 22 de dezembro, o primeiro filme da saga Rebel Moon. A produção de ficção-científica permitiu que o diretor e sua esposa, Deborah Snyder, encerrassem de vez o ciclo de filmes inspirados em histórias em quadrinhos.
Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo acompanha Kora, que após fazer um pouso de emergência em uma lua localizada nos confins do universo, dá início a uma nova vida em uma vila de fazendeiros. A trama se desenvolve após a jovem se tornar a única chance de sobrevivência da vila e reunir um grupo de rebeldes contra o regente Balisarius e seu emissário, Almirante Noble.
Em conversa com a imprensa durante a CCXP23, na qual o Metrópoles esteve presente, o casal Snyder apontou que criou as próprias regras em Rebel Moon, mesmo que tenham feito uma “caixa” com detalhes do Mundo-Mãe, representado na produção.
“Basicamente temos que criar nosso próprio cânone e entender as regras do nosso mundo. Quando você começa com uma tela em branco, tudo é possível, inclusive restringir à essência desse mundo e o que podemos ou não fazer”, apontou o diretor, que completa:
“É legal se encontrar em uma posição onde criamos as regras, mas eventualmente essas regras alcançam você. Isso tem sido realmente divertido. E trabalhar com esses caras é incrível”, garantiu, citando o elenco do filme, formado por Sofia Boutella, Charlie Hunnam, Ray Fisher, Djimon Hounsou, Bae Doona, Staz Nair, Jena Malone, Stuart Martin, Ed Skrein, Cary Elwes e mais.
Deborah – produtora do filme ao lado do marido, de Wesley Coller e de Eric Newman – ainda comenta sobre o período em que o casal trabalhou na DC e apontou que Rebel Moon serviu como aprendizado das “regras de criação” de um mundo completamente novo.
“Após trabalhar por mais de uma década na DC, onde tem muita gente [falando] ‘o Batman não pode fazer isso e o Superman não pode fazer isso’, você está meio em uma caixa [nova]. Isso é refrescante. Estamos criando nossa própria caixa, essa liberdade é única e nova… aprendemos muito com essa experiência”, conclui.
Veja o trailer:
Medo humano
Deixando a caixa pronta do mundo dos quadrinhos, Snyder usou Rebel Moon para brincar com todo e qualquer tipo de gênero cinematográfico. O longa traz muitos takes em câmera lenta — como já é esperado em uma produção do diretor —, cenas com muita luz, emoção, barulho, sempre criando tensão no telespectador.
Questionado pelo Metrópoles, Snyder deixou claro que quis brincar com o medo humano e suas fobias no filme, já que poderia incluir terror, horror e fantasia em um longa-metragem de ficção-científica.
“A ficção científica, de certa forma, combina tudo em um único gênero. Elementos de horror, medo ou qualquer coisa que você possa ter dentro das estruturas. Idealmente, todas as emoções estão em jogo”, indicou.
Durante a CCXP23, em São Paulo, a Netflix e Zack Snyder anunciaram a sequência da produção. Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes chega na Netflix em 19 de abril de 2024.
*A repórter viajou a convite da Netflix Brasil