Documentário sobre desaparecimento de Amarildo tem estreia marcada
Cadê o Amarildo? contará com depoimentos exclusivos e material inédito sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro, ocorrido há 10 anos
atualizado
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O Globoplay estreia a série Cadê o Amarildo? nesta sexta-feira (14/7) com conteúdo inédito e depoimentos exclusivos. O documentário é focado no desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, que completa uma década na data de lançamento da produção.
Detido por policiais militares na porta da sua casa e levado para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da região, Amarildo nunca mais foi visto. Até hoje não se sabe onde está o corpo de Amarildo. No documentário, será possível ver depoimentos de duas testemunhas que nunca foram ouvidas pela Justiça.
“Penso que este documentário provocará enorme impacto. Apesar da repercussão nacional e internacional, esta história ainda estava para ser contada em detalhes. O filme mostra como Amarildo desapareceu e nos leva para dentro das ações daquela noite”, diz o diretor-executivo de Jornalismo da Globo, Ricardo Villela.
Sem indenização, os familiares de Amarildo foram ouvidos pela produção. Eles continuam morando na favela da Rocinha e não tiveram amparo do Estado. As autoridades envolvidas no caso também foram entrevistadas no documentário.
“Amarildo poderia ter sido só mais um caso de um pobre, favelado, preto, morto pela polícia, mas a pergunta Cadê o Amarildo? reverberou pelo mundo todo. O desaparecimento se deu num momento muito marcante na história do Brasil, que tem consequências políticas e sociais até hoje”, complementa a diretora de produção Clarissa Cavalcanti.
Reconstituição com atores e cenário virtual
A partir dos depoimentos, o documentário reproduz os principais acontecimentos da noite em que Amarildo desapareceu. As filmagens foram feitas nos Estúdios Globo e na favela da Rocinha. Para ajudar a recontar essa história, cenários virtuais 3D foram construídos e projetados em painéis de LED. Representando os principais personagens desta história estão atores do Instituto Arteiros, da favela Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“Nosso maior desafio foi transformar esses depoimentos gravados de forma rudimentar na sala do Tribunal em um roteiro cinematográfico. Percebemos que ali naquelas falas existia uma história complexa, repleta de sentimentos, contradições e reviravoltas. As cenas de reconstituição trouxeram para o documentário uma nova camada muito mais forte de emoções. Foi uma experiência nova para a nossa equipe e muito intensa”, conta o diretor de fotografia Daniel Torres.