1 de 1 Flordelis, ex-deputada federal acusada de matar o marido – Metrópoles
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O Globoplay lança, no dia 4 de novembro, a série documental Flordelis: Questiona ou Adora. A produção original da plataforma de streaming é baseada no crime cheio de mistérios acontecido em 2019 e conta com a parceria da repórter Carolina Heringer e do editor Thiago Prado, do Jornal O Globo. Os dois ajudaram na investigação realizada para a obra.
O roteiro foi construído a partir de uma profunda pesquisa sobre o passado de Flordelis e Anderson, entrevistas com familiares, policiais, testemunhas, o estrategista político do casal, jornalistas que cobriram a trajetória e personagens que fizeram parte do passado da família, conforme conta Gustavo Mello, produtor da Boutique Filmes.
“A história de Anderson e Flordelis não envolve somente a sua figura, mas a de uma família composta por 55 filhos que tiveram suas vidas impactadas por sua presença, seja como mãe biológica, adotiva ou afetiva. Nosso desafio foi sempre montar esse quebra-cabeça de maneira humana e respeitosa. A docussérie conjuga sólida investigação jornalística com um retrato íntimo dos personagens envolvidos no caso, entregando para a audiência uma história repleta de reviravoltas, intrigas, segredos e revelações periciais inesperadas”, explica.
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Em 2019, o assassinato do pastor Anderson do Carmo de Souza revelou a existência de um esquema criminoso dentro da estrutura familiar da ex-deputada federal Flordelis. À época, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) deflagrou uma operação que apontou ao menos 10 pessoas envolvidas na morte do religioso
Igor Estrela/Metrópoles
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Após as investigações, a pastora Flordelis (PSD-RJ) foi indiciada como a mandante do crime. Contudo, devido ao foro privilegiado que tinha, ela não pôde ser presa em um primeiro momento. Os filhos do casal, no entanto, não tinham o mesmo privilégio, o que fez com que sete deles fossem presos suspeitos de participação no assassinato
Igo Estrela/Metrópoles
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Flordelis, na verdade, é mãe de 51 filhos adotivos e quatro biológicos. Pastora e cantora gospel, ela foi a deputada federal do RJ mais votada e teve a história de vida contada em um filme estrelado por Bruna Marquezine, Reynaldo Gianecchini, Rodrigo Hilbert e Deborah Secco
Facebook/Reprodução
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Em 1994, a cantora adotou 37 crianças sobreviventes da Chacina da Candelária. Junto com outros filhos que já tinha, fundou o ministério Flordelis. Dentre esses filhos, estava o pastor Anderson do Carmo, que, inclusive, também chegou a se envolver com Simone, filha biológica da pastora, antes de se casar com Flordelis
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Quando oficializaram a união, Anderson tinha 17 anos. Flordelis, 33. Segundo o relato de uma testemunha, que afirma ter morado na casa com os envolvidos no crime, tanto a ex-deputada quanto o pastor tinham relações sexuais com os filhos
redes sociais/ reprodução
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O assassinato de Arderson do Carmo de Souza, ocorrido na madrugada de 16 de junho, foi apontado por Flordelis, em uma primeira ocasião, como latrocínio. Contudo, segundo a polícia, a câmara de segurança da residência não apontou a presença de nenhum desconhecido na casa
Agência Brasil
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Outro ponto que chamou atenção durante as investigações foi o celular da vítima, que não foi encontrado no local do crime. Flordelis sustentou que o aparelho havia desaparecido, mas, tempos depois, agentes conseguiram traçar caminho percorrido pelo aparelho por conta dos dados de telefonia
Reprodução
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Informações coletadas apontaram que o telefone de Anderson havia sido conectado ao wi-fi da casa de um senador, logo após o crime, e, tempos depois, foi ligado novamente em Brasília. A assessoria da Flordelis informou, à época, que não comentaria a investigação. O celular nunca foi encontrado
Reprodução
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Já no celular de Flordelis foi identificada uma troca de mensagens entre a ex-deputada e filhos dela com a informação de que a morte de Anderson seria “a única saída”. “Fazer o quê? Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”, escreveu a mulher
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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Segundo a Polícia Civil, foi constatado que Flordelis já havia tentado matar Anderson envenenado em diversas outras ocasiões, e o motivo seria o controle do dinheiro da igreja e de poder dentro da família
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Após todas as revelações, o PSD, partido de Flordelis, suspendeu a filiação dela e, tempos depois, o Conselho de Ética da Câmara aprovou cassação da deputada. Hoje, ela está presa e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada
Reprodução
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Durante o velório de Souza, um dos filhos biológicos da pastora, Flávio, foi preso como autor dos disparos. Tempos depois, Lucas, um dos filhos adotivos de Flordelis, também foi levado pela polícia suspeito de ter fornecido a arma a Flávio. Lucas negou participação no crime. Porém, os dois foram condenados pela Justiça
Adriana Cruz/Metrópoles
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Também foram condenados os filhos: Adriano dos Santos Rodrigues, por uso de documento falso e associação criminosa armada, e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o Neném, por associação criminosa. Carlos foi absolvido da acusação de homicídio
Reprodução TV Globo
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São réus: André Luiz de Oliveira, por uso de documento falso e associação criminosa, Marzy Teixeira da Silva, por ter recebido dinheiro para pagar a morte do pastor, e Simone dos Santos Rodrigues, por ter pago pelo assassinato de Anderson. Além deles, Rayane dos Santos Oliveira, neta biológica de Flordelis e filha de Simone, por ter procurado pessoas para assassinar o pastor
Reprodução TV Globo
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Marcos Siqueira Costa e Andrea Santos Maia, que não têm parentesco com ninguém da família, mas que se envolveram no crime, foram condenados por uso de documento falso e associação criminosa armada
Carolina Heringer, repórter do jornal O Globo, foi uma das profissionais envolvidas na investigação da obra, junto com Thiago Prado, e afirma que a produção vai entregar novas versões do caso ao público, com participação de personagens inéditos.
“Sempre busquei, desde a época do crime, fazer uma apuração desse caso paralela à da polícia, principalmente para entender os meandros da família e ter uma visão mais ampla, não restrita à da investigação oficial. Isso se intensificou com o início do projeto do documentário, uma vez que o espaço para contar essa história se amplia no audiovisual”, conta.
O crime
O ano era 2019. A rotina intensa de Flordelis era tomada por seus compromissos como deputada federal, cantora gospel de sucesso, pastora de sua igreja Ministério Flordelis e seus 55 filhos. Toda a organização de sua rotina múltipla só era possível graças ao trabalho de Anderson do Carmo, que além de marido, era o seu grande articulador na política e na vida.
Em 16 de junho de 2019, após retornarem de uma noite romântica, Anderson é morto a tiros na casa da família. Flordelis, então, afirma que seu marido havia sido vítima de latrocínio. A investigação, por sua vez, revela informações impressionantes, que são detalhadas ao longo da docussérie.