1 de 1 Sardemberg e Guga Chacra
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Guga Chacra e Carlos Sardenberg, comentaristas da GloboNews, bateram boca ao vivo durante o programa Em Pauta dessa quinta-feira (3/3). A confusão começou quando Guga falou sobre a “teoria realista” para explicar o motivo do presidente russo, Vladimir Putin, ser contra a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Por mais que o ideal seria que a Ucrânia pudesse ser da União Europeia, da Otan, e ser uma democracia liberal, o que não é, ela vai provocar a Rússia, e aí a gente vê o resultado, porque o mundo não é tão justo, pessoas más têm muito poder”, disse Guga, concluindo a explanação.
Sardenberg, então, perguntou se o colega estava defendendo Vladimir Putin e se concordava que Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, deveria renunciar ao cargo. “Quer dizer que você acha que a Rússia está certa de invadir? Estava sendo ameaçada e que o Zelensky que tem que abandonar o governo?”, questionou Carlos. “Não, eu não falei isso em momento nenhum”, rebateu Guga.
Sardenberg defendeu seu posicionamento contra a Rússia e Guga rebateu o colega: “Eu entendo teoria realista, não precisa me dar lição disso, tá?”, iniciou, defendendo a soberania da Ucrânia. “Quem está errada nessa história é a Rússia”.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ao final da fala de Sardenberg, Guga negou que seja defensor da invasão da Ucrânia. O correspondente ainda definiu Putin como “ditador sanguinário”, e pediu a Sardenberg que “em nenhum momento” o associe a isso novamente.
“Eu falo o tempo todo aqui nesse programa que o Putin é um ditador sanguinário, que é um absurdo a invasão da Ucrânia. O que estou querendo explicar é que ele não vai aceitar isso, então vai haver uma reação. Lembrando que há outros países que invadem países soberanos. Os EUA invadiram o Iraque e derrubaram o regime da Líbia. Dito isso, é absurdo o que o Putin está fazendo. Por favor, em nenhum momento me associe a qualquer forma de defesa dessa invasão sanguinária da Rússia contra a Ucrânia. [Ademais] expliquei a teoria realista das relações internacionais não para você, mas para a nossa audiência”, explicou Guga Chacra.
Veja o vídeo na íntegra:
Veja o debate entre Guga Chacra e Carlos Sardenberg sobre a guerra na Ucrânia no #EmPauta.