Rua Augusta: nova série mostra submundo da prostituição paulista
A produção da TNT estreia nesta quinta-feira (15/3) com Fiorella Matheis no elenco
atualizado
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Palco da juventude roqueira nos anos 1960, a rua Augusta já chegou a ser, dizem especialistas, um dos locais mais descolados do país, mas hoje é habitada por figuras estranhas em cenários para lá de underground. Pelo menos é o que mostra a série ambientada em um dos points mais agitados da grande São Paulo.
Com estreia marcada para esta quinta-feira (15), às 22h30, na TNT, com episódio duplo e sem intervalos comerciais, Rua Augusta chega com a marca de primeiro produto nacional de ficção do canal pago. O seriado promete mexer com os assinantes ao apresentar, em 12 capítulos de 30 minutos, menu recheado de cenas de nudez, sexo, corrupção e consumo de drogas.
Inspirada levemente na série israelense “Allenby Street” (2012), o projeto é encabeçado pela bela atriz Fiorella Matheis, aqui na pele de Mika, uma stripper de personalidade forte com passado sombrio. “Desde cara sabia que esse projeto era uma oportunidade de mostrar uma face desconhecida do público. Foi um grande desafio por ser uma protagonista, uma série dramática e forte”, avalia a atriz, em entrevista ao Metrópoles.
Longe de casa desde os 15 anos, quando fugiu desiludida com a falta de amor no lar potencializada por mãe omissa e pai de caráter ambíguo, a jovem se vira como pode sozinha pelos inferninhos da tradicional rua paulista. A vida de Mika e de outros personagens, vividos por atores como Milhem Cortaz (“Carandiru”), Jonathan Haagensen (“Cidade de Deus”) e a ex-VJ Chris Couto, muda de forma vertiginosa com as investigações em torno da morte do filho de um figurão.
Para compor a personagem Mika, Fiorella Matheis conversou com mais de 30 profissionais da noite e até fez aula de pole dance. As cenas de sexo foram um desafio à parte, encarado com naturalidade.
“Todo projeto nos faz crescer e levamos um pouco dele na nossa bagagem. Às vezes não faz sucesso, mas mesmo assim vira uma referência para o futuro. O corpo é nossa ferramenta de trabalho, em cena é a personagem e ela pedia isso”, explica a atriz, que começou a carreira na novela teen Malhação, fez pequenas participações na Turma do Didi e flertou como apresentadora do Video Show.
“Quando chegamos no set, estávamos seguros, alinhados e ao mesmo tempo abertos para criar. Me sinto muito grata por tudo que vivenciei nesse projeto. Foi um presente”, agradece Fiorella, atualmente no elenco do sitcom do Multishow Vai Que Cola.
Influências mexicanas
O ambiente soturno, polvilhado de luzes de neon e cenas de violência excruciantes ganham realismo visceral a partir das filmagens feitas com uma câmera na mão e liberdade de improvisação diante do roteiro escrito pelo trio feminino: Ana Reber, Jaqueline Vargas e Julia Furrer.
“Foram pontos que estabelecemos como nosso método e imprimem o estilo da série”, conta o diretor Pedro Morelli. Além da série israelense, a dupla de jovens diretores buscaram influências no novo cinema mexicano.
“Os diretores (Alejandro González) Iñarritu e (Alfonso) Cuarón foram as principais fontes de que bebemos ao conceituar o universo estético de Rua Augusta”, emenda Pedro.
Sobre a experiência de ser um dos pioneiros nessa nova janela de exibição aberta pelo canal, Pedro Morelli é bastante otimista. “É sensacional. A TNT é um canal muito bacana e foi um enorme prazer trabalhar com eles. Tivemos a liberdade artística de criar e ousar. Viva a produção de séries brasileiras para a TV a cabo!”, festeja.