Por conta da pandemia, Jornal Nacional quebra tradição de 52 anos
Telejornal terminou sem o tradicional “boa noite” em 28 ocasiões nas últimas semanas
atualizado
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Uma tradição desde o lançamento do Jornal Nacional, há 52 anos, o tradicional “boa noite” do início e encerramento do programa foi quebrado nas últimas semanas, por conta da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Com pouquíssimas exceções anteriores, a “despedida” do telejornal precisou ser deixada de lado pela sequência de recordes de mortes pela Covid-19 no Brasil. Entre 8 de março e 8 de abril, 28 edições do noticioso foram ao ar, porém, 16 delas terminaram sem o tradicional “boa noite” de William Bonner e Renata Vasconcellos.
Usado geralmente na cobertura de grandes tragédias ou como homenagem a grandes personalidades, o silêncio no encerramento foi usado pela primeira vez na pandemia em 9 de maio, quando o país bateu a marca de 10 mil mortes por conta da doença. Desde então, o mesmo tem acontecido a cada 5 mil óbitos a mais.
A medida é usada pela Globo como uma forma de demonstrar respeito ao isolamento social, aos profissionais de saúde e “às milhares de famílias enlutadas durante a pandemia”, como citado pelos âncoras na maioria das edições que foram ao ar sem a despedida tradicional.
No último dia 17 de março, Bonner e Renata chegaram a anunciar o “marco” no Jornal Nacional. “Esse momento de homenagem foi se repetindo de tempos em tempos, você foi se habituando ao nosso cenário na escuridão, à imagem triste de um pedaço cinzento da bandeira brasileira com o número de vidas perdidas”, disse o âncora e editor-chefe do telejornal da Globo.