Paulo Zulu fala sobre idade, câncer e ofício de pescador: “Não é fácil”
Convidado do The Noite, Paulo Zulu ainda revelou ter passado uma semana chorando após vazamento de nudes em 2016
atualizado
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Um dos maiores galãs dos anos 1990, Paulo Zulu afirma que a maturidade agregou senso de urgência à sua vida. Em entrevista a Danilo Gentili no The Noite, o ator desabafou sobre o processo de envelhecimento. “Não é fácil. Você realiza que tem mais história para contar do que tempo para viver. A real é essa”, refletiu.
“Você vê o quanto é importante ser feliz rápido, porque o tempo vai ficando mais curto. A máquina vai ficando cansada, isso é normal para todo mundo”.
Segundo Zulu, o estilo de vida que adotou para chegar até aqui tão bem começou aos 18 anos, após ver um senhor se levantando com dificuldade em um aeroporto: “Comecei a refazer todo o meu planejamento de poder chegar naquela idade diferente…. Fui fazendo um divisor de águas na minha vida e me fazendo de cobaia humana para ver como eu ia envelhecer”.
O ator ainda falou sobre a descoberta do câncer, o vazamento de nudes que sofreu em 2016, e a vida simples como pescador.
Descoberta do câncer
Zulu também falou sobre a descoberta do segundo câncer. “Motivo: ou é tabagismo – e eu não fumo – ou é derivado de petróleo, resina de prancha de surf que eu amo, desde novo vou em oficina. Todos esses derivados geraram isso em mim. O que hoje em dia estou mais feliz de poder fazer é falar sobre prevenção. Estou aqui 100% zerado. Primeiro comecei a tomar suplementos que é uma coisa que eu tinha preconceito. Segundo: prevenção, você pega o inimigo no início”.
Nudes
Recordando nudes que vazaram em 2016, Zulu revelou: “Fiquei uma semana em casa chorando, deprimido. Foi uma das piores coisas que senti na minha vida. Fiquei pensando nas esposas dos meus amigos, nas filhas dos meus amigos. Eu sou muito conservador e fiquei pensando no respeito, as pessoas que eu dou respeito à minha volta”.
O ator, que iniciou a carreira aos 17 anos como modelo, diz que não se acha um homem bonito.”Porque eu não sou o tipo de cara que fico me olhando, vendo meu reflexo. Não estou preocupado com isso. Estou preocupado em enxergar o mundo de dentro para fora, sentir as pessoas e passar o que eu tenho de melhor”.
Questionado sobre o assédio que recebeu na época, afirma: “Assédio de homem teve bastante…. Consegui mostrar para muitos que eu não tinha essa afinidade. Ao mesmo tempo, perdi muita oportunidade profissional que era o ‘toma lá, dá cá’. Se quer meu trabalho eu estou aqui, pronto para trabalhar, mas, se é parte humana, não tenho afinidade e sempre deixei bem claro”.
Pescador
No The Noite, Paulo também falou sobre o desafio de ter atuado em novelas e disse que ainda trabalha como pescador. “Amo o fato de estar ali sabendo que eu vou poder separar o alimento que eu guardo para o ano inteiro. Meu freezer está cheio. Eu devo ter uns 200kg de tainha para comer”.
Além disso, explica de onde veio o nome artístico ‘Zulu’ e lembra que tudo começou na juventude, com um grupo de surfistas mais velhos. “Na época o preconceito racial era muito maior. Eu tinha 18 anos e começaram a dizer ‘Ah lá, parece aqueles africanos’. Porque eu sempre fui bem moreno. Começaram a querer me avacalhar, chamando de um monte de coisas e falaram ‘ah lá, parece aqueles ‘zulus’. Aí eu saí fora e fui para outro lugar. Fui ver o que eram os zulus e, quando eu vi, falei ‘minha cara’”, afirma.
O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h15.