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O Mecanismo, segunda temporada: cinco coisas para se esperar da série

Thriller de José Padilha volta a dramatizar os bastidores da Lava Jato e deve ter mudanças de rumo em relação aos primeiros episódios

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Bruna Prado/Netflix/Divulgação
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1 de 1 bruna prado netflix o mecanismo - Foto: Bruna Prado/Netflix/Divulgação

O Mecanismo, série de José Padilha (Tropa de Elite) sobre os bastidores da Operação Lava Jato, ganha segunda temporada nesta sexta (10/05/2019), data de estreia de oito novos capítulos.

Retornam ao thriller político-policial os principais nomes do elenco, como os agentes federais Ruffo (Selton Mello) e Verena (Caroline Abras), o doleiro Ibrahim (Enrique Diaz) e o empreiteiro Ricardo Brecht (Emílio Orciollo Netto). Todos aludem a figuras reais envolvidas nos dois lados da força-tarefa.

Desta vez, porém, a narrativa avança no tempo para alcançar as eleições presidenciais de 2014 – Janete Ruscov (Sura Berditchevsky), “a Dilma Rousseff”, está na disputa. O delegado Ruffo já se aposentou, mas continua no encalço de Ibrahim.

Agora líder da operação, Verena consegue colocar atrás das grades 12 dos 13 principais empreiteiros do Brasil. Falta Brecht, versão ficcional de Marcelo Odebrecht e um dos mentores de um esquema de corrupção que atravessa várias siglas partidárias.

Cinco coisas para se esperar da segunda temporada da série O Mecanismo:

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<b>Pegada mais apartidária do que na primeira temporada?</b> Os primeiros episódios de O Mecanismo foram criticados – e até ridicularizados, sobretudo pela caracterização dos principais nomes do PT, como Dilma e Lula. Havia um elemento de precisão histórica em jogo, segundo alegou Padilha em entrevistas recentes. De qualquer maneira, é bem possível que a série "ataque" outras siglas já que a dramatização agora cobre, entre outros eventos, as eleições de 2014
<b>Elemento humano</b>. Uma coisa que fez falta na primeira temporada foi um pouco mais de relevo pessoal e humano nos personagens principais. Agora, a trajetória enlouquecedora de Ruffo, cada vez mais obcecado em, mesmo aposentado, capturar Ibrahim, deve impor ao ex-delegado um ônus incalculável: ele será visto como um estranho pela mulher, Regina (Susana Ribeiro), e pela filha, Beta (Julia Svaccinna)
<b>Homens da lei menos endeusados</b>. Padilha talvez tenha se dado conta do quanto o cenário político mudou desde a estreia da primeira temporada, a cinco meses das eleições 2018. Ele sempre foi cético em relação ao sistema político – classificado por ele como um "mecanismo" que independe de partido, de esquerda ou direita. O próprio diretor tem dado demonstrações de que deve mudar seu olhar em relação a algumas figuras que antes tinha como exemplo. A principal delas é o juiz Sergio Moro, que deixou o status de principal nome da Lava Jato para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Na série, Moro é representado por Paulo Rigo (Otto Jr.). O cineasta já deixou claro, mais de uma vez, em artigos publicados na Folha de S.Paulo, a sua insatisfação com o agora ministro e com várias de suas medidas, como a lei anticrime – para o artista, a medida pode fortalecer as milícias. Essa decepção pessoal pode muito bem transbordar para a série, ainda que de maneira sutil
<b>Ainda mais pessimismo</b>. Padilha nunca escondeu sua desconfiança quanto aos caminhos da política brasileira. Se pensarmos nos acontecimentos dos últimos meses – um governo patinando para aprovar projetos importantes, falhando na articulação entre partidos e metido em brigas ideológicas entre aliados diversos (mais precisamente olavetes e militares) –, é possível e esperado que o diretor suba o volume de suas críticas ao que ele chama de "mecanismo" de poder. Em certo sentido, esse gesto também deve reforçar seu interesse em entender as complexidades em torno da esfera policial, de vigilância, investigação e controle
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Protagonismo feminino. Ao assumir as operações de campo e as investigações da Lava Jato, Verena vira a protagonista natural da série na segunda temporada. Uma mulher forte, excelente no trabalho que executa e à caça de hediondos homens de poder

Netflix/Divulgação
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Pegada mais apartidária do que na primeira temporada? Os primeiros episódios de O Mecanismo foram criticados – e até ridicularizados, sobretudo pela caracterização dos principais nomes do PT, como Dilma e Lula. Havia um elemento de precisão histórica em jogo, segundo alegou Padilha em entrevistas recentes. De qualquer maneira, é bem possível que a série "ataque" outras siglas já que a dramatização agora cobre, entre outros eventos, as eleições de 2014

Karima Shehata/Netflix
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Elemento humano. Uma coisa que fez falta na primeira temporada foi um pouco mais de relevo pessoal e humano nos personagens principais. Agora, a trajetória enlouquecedora de Ruffo, cada vez mais obcecado em, mesmo aposentado, capturar Ibrahim, deve impor ao ex-delegado um ônus incalculável: ele será visto como um estranho pela mulher, Regina (Susana Ribeiro), e pela filha, Beta (Julia Svaccinna)

Karima Shehata/Divulgação
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Homens da lei menos endeusados. Padilha talvez tenha se dado conta do quanto o cenário político mudou desde a estreia da primeira temporada, a cinco meses das eleições 2018. Ele sempre foi cético em relação ao sistema político – classificado por ele como um "mecanismo" que independe de partido, de esquerda ou direita. O próprio diretor tem dado demonstrações de que deve mudar seu olhar em relação a algumas figuras que antes tinha como exemplo. A principal delas é o juiz Sergio Moro, que deixou o status de principal nome da Lava Jato para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Na série, Moro é representado por Paulo Rigo (Otto Jr.). O cineasta já deixou claro, mais de uma vez, em artigos publicados na Folha de S.Paulo, a sua insatisfação com o agora ministro e com várias de suas medidas, como a lei anticrime – para o artista, a medida pode fortalecer as milícias. Essa decepção pessoal pode muito bem transbordar para a série, ainda que de maneira sutil

Karima Shehata/Netflix/Divulgação
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Ainda mais pessimismo. Padilha nunca escondeu sua desconfiança quanto aos caminhos da política brasileira. Se pensarmos nos acontecimentos dos últimos meses – um governo patinando para aprovar projetos importantes, falhando na articulação entre partidos e metido em brigas ideológicas entre aliados diversos (mais precisamente olavetes e militares) –, é possível e esperado que o diretor suba o volume de suas críticas ao que ele chama de "mecanismo" de poder. Em certo sentido, esse gesto também deve reforçar seu interesse em entender as complexidades em torno da esfera policial, de vigilância, investigação e controle

Karima Shehata/Netflix/Divulgação

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