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Novelas antigas viram febre entre jovens assinantes do streaming

Brasileiros têm maratonado novelas e o gênero está em alta entre as produções mais consumidas on-demand da emissora

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Hugo Barreto/Metrópoles
Brasileiros maratonam novelas antigas
1 de 1 Brasileiros maratonam novelas antigas - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Depois do início da pandemia de coronavírus, assistir conteúdos em plataformas de streaming se tornou um hábito diário para 42,8% dos brasileiros; enquanto outros 43,9% consomem pelo menos uma vez na semana, de acordo com estudo da Nielsen Brasil, em parceria com a Toluna.

A variedade de plataformas está cada vez maior, a mais recente a chegar no Brasil foi a Disney +. YouTube e Netflix são os gigantes do mercado de streaming no país, utilizados por 89,4% e 86,6% dos respondentes, respectivamente, seguidos por Amazon Prime (40,2%) e Globoplay (25,5%), segundo o mesmo estudo.

Foi justamente no período de isolamento social que expectadores reacenderam uma paixão antiga: as telenovelas. Algumas plataformas oferecem folhetins, mas a Globoplay assume o catálogo com maior variedade nacional destas produções. O gênero, sucesso desde a década de 1970, tem sido um dos mais consumidos no on-demand da Globo.

“Para a Globo, usar o conteúdo que tem em acervo tem sido, do ponto de vista estratégico, muito interessante, já que está dando um resultado econômico expressivo. Ninguém imaginava o quanto a programação antiga poderia ser consumida sob demanda”, pontua Alexandre Kieling, professor e pesquisador do Mestrado Profissional de Inovação em Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília.

Em maio, com intuito de incentivar o consumo deste conteúdo, a Globoplay começou um projeto e, a cada duas semanas, sempre às segundas, lança uma nova novela do acervo da emissora no catálogo da plataforma de streaming.

“As pessoas foram obrigadas a ficar dentro de casa por conta do isolamento. Quem é noveleiro tipo eu, pode ter tempo de rever novelas que passaram durante a infância. Foi um entretenimento muito bom para mim em um momento que eu precisava de mais leveza”, conta Clara Caramano.

Clara Camarano
Clara Camarano assiste novelas em casa

A atriz revelou que, só nos últimos meses, assistiu: O Clone (2001), Bregas e Chiques (1987), Chocolate com Pimenta (2003) e o Cravo e Rosa (2000).

“Apesar de serem previsíveis, as novelas antigas trazem muita leveza. Se comparadas às atuais, até mesmo a trama se desenrola de forma diferente. Quando é antiga, às vezes temos que assistir uma novela inteira para descobrir quem vai casar com quem, como não acontece com as produções de hoje em dia”, avalia Clara, que atualmente está assistindo Mulheres Apaixonadas (2003) e Sassaricando (1988).

“Quando eu tenho tempo, assisto três novelas antigas por dia. Se deixar eu vejo a noite inteira, um capítulo atrás do outro (risos)”, confessa a atriz.

Conexão afetiva

A ligação emocional com as produções também é um fator relevante entre os telespectadores. A jornalista Cláudia Bispo explica que só depois que começou a maratonar as novelas mais antigas, passou a entender algumas situações familiares.

“As novelas antigas me lembram momentos da minha família, que sempre foi muito noveleira, ou alguma fase que eu estava passando à época. Alguns bordões ou ditados que minha família falava naquele tempo, quando eu era criança, eu só consegui entender hoje, depois de rever as novelas da época (risos)”, contou Cláudia.

Ela explica que, em comparação às produções internacionais, ela tem preferência pelo conteúdo brasileiro. “Não diminuo o que vem de fora, mas acho que o audiovisual brasileiro têm muito valor, pois falam sobre a gente, sobre a realidade do nosso país. Algumas novelas mais antigas retratam os contextos da época, principalmente político”, observa.

Nos últimos meses, ela fez uma supermaratona. Assistiu O Rei do Gado (1996), Laços de Família (2000) e agora vê A Indomada (1997), além de já ter uma próxima em vista: Anos Rebeldes (1992).

“Assisto vários capítulos de uma só vez. E acho que essa é a grande vantagem de ter o serviço por assinatura. Você pode assistir uma novela como se fosse uma série, ver quantos capítulos puder e no horário que estiver disponível. Hoje eu só consigo ver TV se for assim, no meu horário”, explica.

Cláudia Bispo assistindo à Indomada no Globoplay
Cláudia Bispo assistindo à Indomada, no Globoplay

Agora que o isolamento social não está mais tão rigoroso quanto no início da pandemia, algumas pessoas já retomaram o ritmo normal de trabalho. É o caso da brasiliense Priscylla Souza, que havia se tornado assinante do Globoplay apenas para assistir aos episódios das novelas que estavam no ar mas, por algum motivo, ela não conseguia acompanhar no dia.

“Quando me dei conta que podia ver as novelas antigas fiquei muito feliz. Eu gosto muito daquelas dos anos 2000, como Laços de Família, que já vi, e também comecei a maratonar as edições de Malhação desde o começo”, relata.

Assim como para Cláudia, a possibilidade do horário flexível é um diferencial importante para Priscylla. “No meu caso, que trabalho o dia inteiro, seria impossível acompanhar a reprise das novelas que vai ao ar a tarde. No on-demand, faço o meu horário e eu posso ver quantos capítulos quiser de uma vez só”, relata Priscylla que assiste atualmente O Cravo e a Rosa, produção de 2000, de autoria de Walcyr Carrasco.

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Bastidores das gravações de O Clone
Helena (Christiane Torloni) e Téo (Tony Ramos) em Mulheres Apaixonadas
Mulheres Apaixonadas: Helena (Christiane Torloni), Hilda (Maria Padilha) e Heloísa (Giulia Gam)
Laços de Família - Reynaldo Gianecchini, Carolina Dieckmann, Vera Fischer (Edu, Camila, Helena
Bastidores das gravações de O Cravo e a Rosa
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Bastidores das gravações de Chocolate com Pimenta

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Bastidores das gravações de O Clone

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Helena (Christiane Torloni) e Téo (Tony Ramos) em Mulheres Apaixonadas

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Mulheres Apaixonadas: Helena (Christiane Torloni), Hilda (Maria Padilha) e Heloísa (Giulia Gam)

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Bastidores das gravações de O Cravo e a Rosa

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Nascida em 1933, em São Paulo, Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini era bailarina e começou na TV em 1953, na extinta Tupi

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