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Nova safra de séries de fantasia da Netflix abordam “outro lado” da igreja

Coincidentemente duas recentes produções tem a Igreja Católica como pano de fundo de suas tramas. Seria uma tendência?

atualizado

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Divulgação/Netflix
Peter Mullan
1 de 1 Peter Mullan - Foto: Divulgação/Netflix

Nos últimos meses, duas novas séries da Netflix estiveram presentes de forma quase fixa no ranking das mais assistidas da plataforma: Warrior Nun e Cursed: A Lenda do Lago, estrelada por Katherine Langford. No entanto, um tema em comum nas duas séries chama atenção, o fato de ambas retratarem um “outro lado” da Igreja Católica. A instituição aparece em meio a um mundo de fantasia e envolvida em tramas políticas.

Em um contexto que trata da religião com ares mitológicos, Warrior Nun acompanha uma jovem que ressuscita em um necrotério com superpoderes e descobre fazer parte de uma seita supersecreta formada por freiras.

Já Cursed, série baseada em quadrinho homônimo de Frank Miller, dá uma nova visão para lenda do Rei Arthur e da espada de Excalibur. Na produção, Nimue (Katherine Langford) é uma jovem poderosa que recebe a missão de entregar a famosa espada para o lendário mago Merlin.

Inseridas em contextos mitológicos, ambas as séries utilizam de suas tramas para abordarem questões ligadas aos bastidores da igreja e a temas como intolerância religiosa – que em Cursed fica evidente através dos Paladinos Vermelhos em sua cruzada contra os feéricos, os seres fantásticos da produção.

Tratar de questões ligadas ao tema não é algo propriamente recente, seja em produções de fantasia ou baseados em fatos. No ano passado, o filme Dois Papas – também da Netflix – do diretor brasileiro Fernando Meirelles – explorou em sua trama os bastidores do Vaticano, através da relação entre o Papa Bento XVI e o Papa Francisco. O longa concorreu a categoria de melhor filme do Oscar 2020.

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Paladinos Vermelhos puxam o lado obscuro da Igreja em Curses
Gustaf Skarsgård é Merlin
Cena de Warrior Nun
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Cursed tem Katherine Langford como protagonista

Netflix/Divulgação
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Paladinos Vermelhos puxam o lado obscuro da Igreja em Curses

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Gustaf Skarsgård é Merlin

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Cena de Warrior Nun

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Então, abordar estes temas seria uma tendência no mercado de filmes e séries? De acordo com a cineasta e ex-professora da Universidade de Brasília (UnB), Dacia Ibiapina, a resposta é sim. “Nesses assuntos da esfera pública, que envolvem o manejo do poder, seja religioso ou político, explorar bastidores torna o filme ou a série mais interessantes”, avaliou a especialista.

“Desperta curiosidade nos potenciais espectadores, independentemente de ser igreja católica ou não. É uma forma de humanizar as figuras de poder. Especialmente agora na pandemia da Covid-19, quando estamos todos nos bastidores ou nas lives. A esfera privada e seus bastidores, passam a se sobrepor à esfera pública”, completou.

Tanto Warrior Nun, quanto Cursed: A Lenda do Lago, estão em suas primeiras temporadas e já estão disponíveis na Netflix.

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