Nova Cena coloca jurados para julgar rimas de novatos do rap e do trap
Djonga, Filipe Ret e as irmãs Tasha & Tracie formam o júri de Nova Cena, novo reality show da Netflix, que estreia nesta terça-feira (12/11)
atualizado
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A essência de um reality show musical, independentemente do ritmo predominante, é oferecer um tempo reduzido para o “calouro” tentar convecer os jurados de que merece seguir na disputa. Essa tradição está no entretenimento brasileiro há décadas, com nomes como Pedro de Lara, Silvio Santos, Michel Teló e Lulu Santos. Agora, um dos ritmos mais crescentes da cultura urbana ganha uma atraçaõ do tipo: é o Nova Cena, o primeiro reality musical brasileiro da Netflix, que estreia nesta terça-feira (12/11).
Adaptação de um programa norte-americano, a atração é dedicada ao rap e ao trap, dois expoentes recentes da cultura urbana que formaram uma nova geração de popstars brasileiros nos últimos anos. Algumas dessas estrelas, então, formam o juri do programa: Djonga, Filipe Ret e as irmãs Tasha & Tracie. E, assim como os parceiros do sertanejo e do pop, eles têm uma missão: julgar as rimas que merecem faturar a atração.
A competição reúne 18 artistas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, principais polos do rap e do trap nacional, em uma disputa pelo prêmio de R$ 500 mil e uma participação na quinta temporada da série Sintonia.
Para a dupla Tasha & Tracie, a cultura hip-hop carrega uma peculiaridade que a torna mais afeita a esse tipo de programa: duelos de rima são, em essência, uma experiência de avaliar a performance de rappers e trappers. É isso que elas pretendem colocar em Nova Cena, mas de uma maneira que não soe agressiva ou desistimule os concorrentes.
“Nos bastidores, todos os rappers julgam rimas; isso já é natural na cultura. Mas, às vezes, dizemos algo com boa intenção, que é verdadeiro, mas o público pode não entender, então temos que pensar bem em como comunicar isso”, explica.
Voz do hit Amor Livre, Filipe Ret reforça que o julgamento faz parte do modelo competitivo do rap e do trap. Mas, para o cantor e agora jurado, criar conflitos é a essência do gênero: “Eu sonho com uma cena mais estruturada, onde se leve muita coisa na esportiva. O hip-hop é sobre isso: transformar a energia da rua, os conflitos da realidade, e trazer para o conflito simbólico, seja na dança, na rima. É isso que me motiva e apaixona”.
Djonga revelou que, mesmo sendo algo que faz rotineiramente nos bastidores, julgar em frente às câmeras exigiu coragem.
“No fundo, julgar é uma condição humana. A verdade é essa. Mas fazer isso profissionalmente é diferente. Parabéns para nós também, porque do mesmo jeito que eles foram corajosos de estar lá, nós também fomos, fazendo algo que já fazemos no dia a dia, mas agora com um compromisso com a verdade”, comentou o rapper mineiro, que também destacou a responsabilidade de representar a cena de sua cidade natal, Belo Horizonte.
Djonga ainda destacou a complexidade de ter passado de alguém que batalhava na cena para se tornar um modelo de inspiração para os novos talentos. “É louco pensar que a gente saiu do lugar de ser eles para virar o que eles querem ser. Nossa responsabilidade é muito grande. Quando damos um conselho, eles realmente agarram. E as críticas que fizemos ali podem tanto alavancar quanto comprometer a carreira de alguém”, concluiu o rapper.