Netflix: Baby é criticada por fazer apologia à prostituição infantil
Associações de combate ao tráfico humano pediram ao serviço de streaming para cancelar a produção do seriado
atualizado
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Nesta sexta-feira (30/11), estreia a série italiana Baby. Mesmo antes de ir ao ar, o seriado virou alvo de críticas da National Center on Sexual Exploitation (Centro Nacional sobre a Exploração Sexual, em tradução livre), que estuda casos do tipo nos Estados Unidos. Militantes da área acusam a produção de glamorizar o tráfico humano e a prostituição infantil.
A série toma inspiração em um escândalo italiano na milenar cidade de Roma, onde duas adolescentes do rico distrito de Parioli começaram a se prostituir para comprar eletrônicos e roupas de luxo. Na época, cinco pessoas – incluindo as mães das meninas – foram presas.
Desde o anúncio, há cerca de um ano, organizações ligadas aos direitos humanos acusaram a Netflix de traçar uma imagem romantizada da prostituição de menores. Um dos roteiristas, Re Salvador, insistiu que “ainda é uma história sobre amor, não crimes sexuais”.
O produtor Nicola De Angelis defendeu a produção e acusou o timing do lançamento do canal. “[A série foi divulgada] no pior momento, quando qualquer coisa associada ao assédio sexual é um problema”. Porém, ele ressaltou o apoio recebido pelo serviço de streaming.
Ainda assim, a associação norte-americana contra crimes sexuais tuitou, nessa quarta-feira (28), que o show “glamoriza a tenebrosa, trágica e abusiva realidade do tráfico sexual de adolescentes. Há mulheres reais ainda sofrendo, enquanto esse show banaliza a dor para entretenimento”.