Muito sexo e drogas: por que assistir a White Lines, novo hit da Netflix
Do criador de La Casa de Papel, seriado está no Top10 do serviço de streaming desde o lançamento
atualizado
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Álex Pina tem se tornado uma espécie de Shonda Rhymes espanhol: assina produções de sucesso em sequência, como a estrondosa La Casa de Papel e Vis a Vis. Neste mês, o autor voltou novamente a carga com White Lines, série que não saiu do Top10 da Netflix no Brasil.
White Lines (uma brincadeira com carreirinhas de cocaína) acompanha Zoe (Laura Haddock). Uma mulher que descobre, 20 anos depois, o corpo de seu irmão enterrado no deserto.
Ela, então, parte para tentar desvendar a morte de Axel Collins (Tom Rhys Harries), DJ sensação em Ibiza no começo da década de 2000. Ao melhor estilo La Casa de Papel, é neste ponto que White Lines cria várias subtramas para explorar passado e presente dos personagens.
Em sua investigação – na qual é preciso altas doses de tolerância com o roteiro, afinal, de bibliotecária com problemas de depressão, Zoe vira uma inconsequente clubber destemida –, a irmã de Axel vive uma certa catarse, descobrindo mais sobre si mesma e se vendo muitas vezes parecida ao familiar: egocêntrica e egoísta.
Mas esta na parece ser a mensagem pretendida pelo roteiro: Pina tenta passar a idea de que Zoe se redescobre em meio à desmitificação do irmão, ao envolvimento com o tráfico, a um romance extraconjugal e a um acerto de contas com o pai.
Se trama principal, desvendar a morte de Axel, fica enfadonha ao longo dos 10 episódios, os enredos paralelos garantem a atenção do espectador no thriller. Inicialmente, a linha narrativa que contrapõe o mundo clubber do fim dos anos 1990 com a glamourizada cena eletrônica atual, é um prato cheio para amantes de música.
Em seguida, a paisagem de Ibiza, suas praias e festas também funcionam. Por fim, Boxer (personagem do português Nuno Lopes) é um destaque por sua dualidade: homem sensível à arte, mas, ao mesmo tempo, um brutamontes capaz de matar pessoas empaladas em anzóis gigantes.
Sexo, drogas e tuntz tuntz
Bom, também cumpre falar que as diversas cenas com muito sexo, drogas, bebidas e mais sexo ainda são, inevitavelmente, atrativas.
Porém, se as subtramas garantem bons momentos, também se tornam meros complementos estéticos arrastados. Por exemplo, as orgias organizadas por Anna (Angela Griffin). Além de vários peladões e peladonas, serve para quê? Ou o enredo familiar dos poderoso Calafat que em nada acrescentam a história.
White Lines não é La Casa de Papel – mesmo que siga estrutura parecida –, mas, conhecendo a nova forma de se consumir séries em maratonas, Álex Pina deixa boas pontas soltas (na imensidão de subtramas) para seguir a história.
Avaliação: Bom