Mudanças no entretenimento da Globo apontam peso maior do streaming
Sob comando de Ricardo Waddington, o setor está de olho no consumo multiplataforma com foco no Globoplay
atualizado
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A Globo começará 2021 reformulada. Isso é certeza. O primeiro capítulo das mudanças, comandadas pelo novo diretor de entretenimento da emissora, Ricardo Waddington, passam a valer a partir de 1º de dezembro.
Anunciadas nessa sexta (27/11), as alterações que mais chamam atenção é a saída de Silvio de Abreu – na Globo desde 1978 – e mudança na estrutura organizacional do principal departamento do canal. Agora, a organização é dividida em dois gêneros: dramaturgia – comandada por José Villamarim – e variedade, com chefia de Boninho e Mariano Boni.
“O novo desenho reforça a liderança do gênero em toda a cadeia produtiva e no atendimento às estratégias dos produtos, aparta criação de conteúdo da gestão de talentos, duas áreas essenciais agora tratadas por suas competências específicas, liberta os modelos de produção de gatilhos que diretamente ou indiretamente travam ou retardam as mudanças esperadas com uma gestão desierarquizada e colaborativa”, explica Ricardo Waddington.
As mudanças apontam para uma mudança de paradigma dentro da emissora. Como admite Ricardo Waddington, a aposta agora é no novo mercado que surge com o aumento da presença do streaming. “Enfim, uma estrutura disruptiva com olhar de futuro, que mira na entrega de conteúdo de qualidade com eficiência em custo”, aponta.
Atualmente, segundo dados do serviço Just Watch, o Globoplay – streaming da Globo – tem 7% do mercado nacional. Ao mesmo tempo, tem mostrado grande crescimento nos últimos meses – números que podem ser impulsionados pela chegada do Disney+.
A própria escolha de José Villamarin para a dramaturgia aponta nesta linha: o diretor é conhecido pela atuação em várias séries de sucesso (modelo de sucesso no streaming), como Onde Nascem os Fortes, Amores Roubados e Justiça.
Mais mudanças
Antes integradas na diretoria de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico (DAA), que deixa de existir, as áreas de Criação de Conteúdo e de Gestão de Talentos Artísticos vão atuar separadas.
A Criação de Conteúdo ficará a cargo de Edna Palatnik e atuará como um centro de inteligência para fomentar a criação de conteúdo para todas as plataformas. Segundo a Globo, a mudança fará com que autores e roteiristas passem a contar com uma liderança dedicada. A Gestão de Talentos Artísticos será conduzida por Adelia Croce.