Mrs. América e Pátria estreiam discutindo terrorismo e luta feminista
Fox e HBO lançam as novas produções que têm forte contexto político
atualizado
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O mundo da política e dos jogos de poder sempre influenciaram produções da televisão, do cinema e, mais recentemente, do streaming. Seja com pegadas mais humorísticas, como Veep, ou em dramas, a exemplo de Todos os Homens do Presidente, o tema esteve presente. Agora, a partir deste domingo (27/9), duas produções estreiam no Brasil mantendo a tradição: Mrs. America e Pátria.
O Metrópoles teve acesso aos primeiros episódios das duas produções, que, à sua maneira, narram momentos históricos e lutas sociais distintos. Pátria vai ao ar neste domingo (27/9), às 21h, na HBO.
A produção, baseada no livre homônimo de Fernando Aramburu, traz um olhar ficcional sobre os conflitos separatistas no País Basco, que por décadas marcou a história da Espanha. Na base da trama, que perpassa duas famílias, está as ações do grupo ETA.
A vida de Bittori (Elena Irureta) e sua família muda completamente no dia em que o ETA (grupo separatista basco) mata seu marido, Txato (José Ramón Soroiz), na porta de casa. As relações com a família de sua amiga Miren (Ane Gabarain), cujo filho milita no grupo nacionalista, são cortadas, gerando grandes conflitos.
Os dramas entre as duas famílias é o pano de fundo para uma verdadeira aula de história, passada pelos anos de conflito, pelas mortes, pelas lutas políticas e, principalmente, pelas dores humanas ao longo do processo.
A luta feminista
Cate Blanchett é uma das vozes mais ativas no debate feminista em Hollywood – em 2018, por exemplo, liderou um grupo de atrizes demandando respeito e igualdade salarial para mulheres na indústria do entretenimento.
Grande atriz, ela topou um grande desafio: viver a conservadora Phyllis Schlafly, na série Mrs. América. A personagem foi uma ativista que lutou contra a emenda dos direitos iguais, nos anos 1970, nos Estados Unidos.
Como de costume, Cate Blanchett entrega uma atuação incrível à personagem, disputando o Emmy 2020 de Melhor Atriz – vencido por Regina King. Mrs. América, que estreia na Fox nesta terça-feira (29/9), às 23h, mostra o confronto de duas visões nos EUA.
De um lado, as mulheres que lutavam por direitos iguais, lideradas por Shirley Chisholm (Uzo Aduba – vencedora do Emmy de Melhor Atriz Coadjuvante em 2020). No outro, um grupo de conservadores, conduzido por Schlafly.
Mrs. America narra os acontecimentos ocorridos durante a década de 1970 nos Estados Unidos, quando foi levado ao congresso o debate pela ratificação da Emenda de Igualdade de Direitos na constituição. Esta emenda, apoiada pelo Movimento de Libertação da Mulher, buscava garantir legalmente a igualdade de direitos em matéria de trabalho, divórcio e propriedade entre homens e mulheres nos Estados Unidos.
Mas o ímpeto revolucionário da chamada Segunda Onda Feminista se viu ofuscado pelo surgimento na cena pública de um setor da sociedade norte-americana que, até aquele momento, não tinha voz e que passou a defender os direitos das mulheres donas de casa, que decidiram se organizar e lutar também.
Cada episódio narra em ordem cronológica os caminhos percorridos por esses dois movimentos, começando em 1972, quando na iminência da emenda ser aprovada no Congresso dos Estados Unidos, a Câmara dos Deputados estabeleceu um prazo de sete anos para que a mesma fosse aprovada em 38 estados, o que seria finalizado somente em 1979.