Morre Pedro Paulo Rangel, aos 74 anos, no Rio de Janeiro
O ator Pedro Paulo Rangel morreu, aos 74 anos, vítima de complicações de um enfisema pulmonar
atualizado
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O ator Pedro Paulo Rangel morreu na madrugada desta quarta-feira (21/12), aos 74 anos, na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. Ele não resistiu às complicações de um enfisema pulmonar.
Pedro Paulo Rangel estava internado desde o fim de outubro para tratar do quadro. A informação do falecimento foi confirmada pela família.
Trajetória de Pedro Paulo Rangel
Nascido em 29 de junho de 1948, Pedro Paulo Rangel é um dos grandes nomes da televisão brasileira. O gosto pelos palcos do teatro veio quando tinha apenas 11 anos. Ainda criança conheceu Marco Nanini e os dois trilharam juntos até o Conservatório Nacional do Teatro – atualmente, Escola de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
A estreia profissional no teatro foi em 1968, na peça Roda Viva, de Chico Buarque. Dois anos depois, estreou na televisão, na TV Tupi de São Paulo, na novela Super Plá.
“Eu fazia um garçom. E era uma coisa difícil, porque eu era muito nervoso, então, a bandeja de cálices fazia muito barulho na minha mão. Mas eu estava cercado de amigos: a direção era do Antônio Abujamra, Bráulio escrevia, tinha o Antonio Pedro e a Marília Pêra, que era a turma com quem eu estava fazendo Roda Viva no teatro”, lembrou, em entrevista ao Memória Globo.
Chegou à Rede Globo em 1972, na novela Bicho do Mato. Em seguida, manteve grande carreira na emissora carioca, trabalhando em dezenas de produções, como O Pulo do Gato, TV Pirata, Vale Tudo, O Primo Basílio, Pedra sobre Pedra, A Indomada, O Cravo e Rosa e Belíssima. Sua última obra na emissora foi em O Dentista Mascarado (2013).
No cinema, Pedro Paulo Rangel estrou em 1970, no filme Orgia ou O Homem Que Deu Cria. O último filme do ator foi em 2013, no longa de comédia O Concurso.
Pedro Paulo Rangel acumula prêmios, como três Molière (1982, 1989 e 1994) e dois Shell (1994 e 2004).
Repercussão
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais, na manhã desta quarta-feira (21/12), para lamentar a morte de Pedro Paulo Rangel. Em publicação feita no Twitter, Lula classificou a morte de Rangel como “uma triste perda para a dramaturgia brasileira”. “Pedro Paulo fez história nas novelas, no humor e nos teatros do país com seu talento e dedicação. Meu abraço fraterno aos familiares, fãs e amigos”, publicou o petista.
Quem também lamentou a perda foi a atriz Beth Goulart. “Mais um artista foi brilhar na eternidade”, começou a atriz e escritora. Ela ressaltou a sensibilidade de Pedro Paulo Rangel e afirmou que ele sempre levou delicadeza nos trabalhos que fez. A filha de Nicette Bruno e Paulo Goulart também lembrou que o ator contracenou com o pai.
“Trabalhou ao lado de meu pai num espetáculo lindo chamado Arte, de Yasmina Reza, uma síntese do que foi sua vida. Querido Pepê, você foi pura arte! Que Deus te ilumine na nova dimensão espiritual, cumpriu lindamente sua missão, descanse na paz”, disse, por meio das redes sociais.
Walcyr Carrasco, que criou o personagem marcante do ator em O Cravo e a Rosa, também prestou as últimas homenagens. “Cumpriu sua missão aqui na Terra o querido e talentoso ator Pedro Paulo Rangel, aos 74 anos, ícone de uma geração de artistas que fizeram parte do dia a dia do povo brasileiro. Sentiremos muitas saudades! Vá em paz, seu Calixto!”.
Bastante emocionada, a atriz Lilia Cabral disse que Pedro Paulo Rangel “era um gigante, extraordinário”. “Com o passar dos anos fui encontrá-lo em Vale Tudo. Ele era meu irmão, tínhamos várias coisas em comum e fomos nos aproximando. Além de ser um grande ator, PP era um mestre, generoso, atencioso, carinhoso. Se vai uma pessoa que você ama, agradece, que você vi sentir falta… Não ter ele no teatro na TV, não ter ele…”, lamentou a artista, com os olhos marejados, em entrevista à Globo News.