Médico quebra silêncio sobre morte de Clara Nunes: “Nunca vi aquilo”
Morte de Clara Nunes, aos 40 anos, após receber uma anestesia geral, completou quatro décadas neste domingo, 4 de abril
atualizado
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Nesse domingo (2/4), a morte da cantora Clara Nunes, considerada uma das artistas mais importantes da música popular brasileira, completou 40 anos. A cantora faleceu aos 40, por insuficiência cardíaca, após receber uma anestesia geral, para passar por cirurgia de retirada das varizes.
Em entrevista ao Fantástico, o médico Antônio Vieira de Mello, que acompanhou a cirurgia, falou sobre a morte da sambista pela primeira vez. “Quando eu cheguei ao hospital, ela estava brigando com o anestesista porque ele estava insistindo com ela para não colocar tubo na garganta dela, que ela queria dormir, ela queria anestesia geral”, recordou.
O médico anestesista atendeu ao pedido da cantora. Ao final do procedimento, contudo, Mello percebeu que havia algo errado com Clara Nunes.
“O sangue dela estava um pouco escuro, naquela época, nós não tínhamos essa monitorização que nós temos hoje. Ela estava com taquicardia ventricular em um ritmo muito rápido, uma frequência rápida e ela fibrilou. Ela entrou em fibrilação, é igual parada cardíaca, o coração fica tremendo”, explicou.
Clara Nunes sofreu um choque anafilático, em reação à anestesia, e desenvolveu um edema na cabeça. Ela entrou em coma e ficou internada por 28 dias.
“Ela teve uma reação absolutamente desproporcional. Nunca mais vi na vida”, admitiu o médico, que tem 58 anos de carreira.
O Fantástico obteve um documento de mais de 800 páginas do Conselho Regional de Medicina do RJ que não encontrou culpados e arquivou o caso. O relatório destacou que os médicos não se ausentaram e os equipamentos não falharam, pontuando que não houve erro médico.