Matheus Ribeiro: conheça a trajetória do novo apresentador do DF Record
O jornalista, que foi o primeiro gay assumido a comandar o Jornal Nacional, encara desafio em nova emissora. Programa estreia nesta segunda
atualizado
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Aos 9 anos de idade, o pequeno morador de Piracanjuba, no interior de Goiás, não imaginava que se tornaria jornalista. A criança, no entanto, previa um futuro na televisão, afinal, queria uma filmadora do Papai Noel. Agora, aos 26, Matheus Ribeiro encara novo desafio, estreia, nesta segunda-feira (04/05), como apresentador e editor-chefe do DF Record, da Record TV, às 19h10.
Matheus Ribeiro tornou-se, em 2019, uma celebridade quando virou o primeiro apresentador assumidamente gay a passar pela bancada do Jornal Nacional – no projeto de 50 anos do programa. O jornalista goiano foi um dos convidados do rodízio de âncoras promovido pela emissora e comandou o telejornal em 9 de novembro.
“A passagem pelo JN foi um divisor de águas na minha carreira, sem dúvida alguma. Principalmente porque não foi meramente uma realização pessoal, isolada, foi algo compartilhado com os goianos, já que o projeto comemorou os 50 anos do jornal com esse rodízio de jornalistas de todo o país. Creio que isso só foi possível pela confiança do público e por anos de trabalho”, avalia Matheus em entrevista ao Metrópoles.
O fato inédito – ser o primeiro gay na bancada do JN – acabou, na visão do profissional, apagando outras características de sua carreira. “Curiosamente, dos 27 colegas que ali passaram, também fui o mais novo e isso não foi destacado, enquanto a minha sexualidade ganhou uma notoriedade tremenda. Comemoro o fato de isso não ter sido um impedimento para a função, mas de forma alguma foi um facilitador. Torço para que reconheçamos os profissionais pelas suas habilidades e competências, não por sua intimidade”, diz Matheus.
De lá para cá muita coisa mudou. Matheus ficou conhecido nacionalmente e pediu demissão da TV Anhaguera, com direito a uma carta na qual expunha os motivos e reclamava do tratamento recebido. Dias depois, assinou com a Record e se prepara para estrar no novo programa.
“Confesso que não tinha expectativa de retornar à televisão por agora, estava com outros projetos em mente. Porém, encontrei na Record TV o espaço ideal para construir uma relação marcada pelo diálogo e pela inovação”, revela o jornalista. Sobre a dinâmica do jornal, Matheus dá alguns spoilers: “É a capital do país, o centro do três poderes, por isso, vamos mesclar essa cobertura política com as notícias daqui, sempre relacionando as decisões e acontecimentos de forma que o telespectador possa entender, se sentir bem informado e com condições suficientes de formar sua própria opinião”.
Polêmicas
Depois de ver se tornar pública a carta na qual pedia demissão da TV Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás e no Tocantins, o jornalista se viu em meio a outra polêmica. Circulou um texto, sem assinatura, de funcionários da Record indignados com sua chegada.
“O contato com a redação e com os novos colegas foi ótimo. Justamente por isso, não consegui dar bola para um texto apócrifo, sem assinatura, que sequer chegou às mãos da direção da emissora e só circulou pelo WhatsApp”, garante Matheus.
O novo âncora do DF Record reforça enfaticamente a não existência de um “climão” nos bastidores. “Nunca fui tão bem recebido em um local de trabalho como na Record TV, do porteiro ao diretor”, encerra o assunto.
Vida em Brasília
Brasília e Goiânia, apesar de vizinhas, carregam características bastantes diferentes na cultura, política e, também, nas notícias.
Ciente disso, Matheus busca entender como funciona a capital. “Brasília tem um público que busca nos jornais locais não apenas os fatos que se restringem ao espaço geográfico. Eu acompanhava o noticiário do DF havia algum tempo, mas agora, nas últimas semanas, faço isso com um olhar mais atento”, pontua.
Justamente pela proximidade com Goiânia, Matheus tinha vindo a Brasília algumas vezes. “Um relacionamento antigo” como ele mesmo define. Agora, o flerte virará um casamento.
“Fiquei deslumbrado com a cidade, caso de amor à primeira vista, então não estou encontrando dificuldade alguma na adaptação. Já até aprendi a encontrar alguns lugares sem GPS (risos). Claro que, como turista, visitante, nossa visão é diferente da de morador. Agora que mudei, quero que essa vivência contribua para o que iremos produzir no DF Record”, conclui.