Marcos Caruso volta ao drama em O Sétimo Guardião: “Mais maduro”
Em entrevista, ator detalha seu personagem na novela de Aguinaldo Silva e explica seu interesse tanto por papéis dramáticos quanto cômicos
atualizado
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Após uma longa temporada vivendo papéis voltados para a comédia, Marcos Caruso tem se destacado com um personagem ligado ao drama em O Sétimo Guardião, novela das 21h da TV Globo escrita por Aguinaldo Silva. Intérprete de Sóstenes, que em breve vai revelar para o público ser pai de León/Murilo (Eduardo Moscovis), ele encheu de elogios a atriz Marina Ruy Barbosa, que vive Luz, sua neta no folhetim.
Acostumado a estar nos palcos ao mesmo tempo em que trabalha na TV, desta vez o ator decidiu não acumular as duas atividades. Antes de começar a gravar a novela, encerrou a temporada de dois anos do espetáculo O Escândalo de Philippe Dussaert. Em entrevista ao Metrópoles, Marcos Caruso falou sobre Sóstenes e sua participação na nova versão da Escolinha do Professor Raimundo. Confira:
O que você tem a falar sobre Sóstenes, seu personagem em O Sétimo Guardião?
Ele é um homem fraterno, o que é muito bem-vindo em tempos de ódio. Sóstenes é um personagem positivo e solar.
Como é ser avô de Marina Ruy Barbosa?
É ter a vontade de que a ficção se transforme em realidade, porque é tão boa a relação que nós temos, de confiança, mistério e sapiência desse homem em relação a essa menina que ele adotou. Ele é um “pai-avô”.
A “química” entre vocês dois é ótima na tela. Sente isso ao gravar?
Nós estamos tendo uma “química” muito grande, de duas gerações. Eu tenho quase três vezes a idade da Marina e experiências que não são as dela. Possui uma humanidade próxima à minha, além de compartilharmos a mesma preocupação com o trabalho e a equipe. É uma atriz que vê mais o todo do que seu trabalho pessoal, e isso faz com que se insira de uma forma muito mais responsável, que poucas vezes vi em uma atriz da idade dela.
Você é um ator que geralmente faz personagens cômicos, mas o Sóstenes é sério. O que acha dessa mudança?
É a volta ao meu início na Globo. A primeira novela que fiz foi Coração de Estudante (2002), seguida de Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006), e nas três os personagens tinham um tom mais dramático. Depois disso, fui levado para a comédia, que é minha origem no teatro.
E fiz comédia nos últimos oito anos. Voltar a um personagem dramático quando estou mais maduro e experiente é a oportunidade de mostrar mais ferramentas. Tenho uma facilidade grande de modificar o rosto. Quando a modificação é interna, fica melhor.
Na Escolinha do Professor Raimundo você faz o Seu Peru, personagem originalmente do Orlando Drummond. Como é esse trabalho para você?
Era uma homenagem e depois virou responsabilidade manter no ar e vivos esses personagens interpretados por grandes atores no passado. Sem contar a responsabilidade de fazer rir. E nós nos divertimos muito por não sabermos o texto um do outro. Então, é uma surpresa a cada minuto!
Por que decidiu não fazer teatro paralelamente à novela?
Eu terminei de fazer uma peça com temporada de dois anos e ganhei todos os prêmios. O Sétimo Guardião é uma novela muito difícil, que exige a presença física do ator o tempo inteiro, quase que 12 horas por dia.
É ambientada em uma cidade pequena, onde todo mundo se encontra, e meu personagem gira muito. Então, existe a responsabilidade de fazer um texto de 40 páginas por dia. Novela das 21h é maior do que novela das 19h. Essa exigência leva a parar um pouco outras atividades, como o teatro. Eu nunca parei; sempre fiz novela e teatro. Mas desta vez eu parei, pela primeira vez.
A novela gira em torno de sete guardiães que guardam uma fonte. Você acha que a água vai acabar um dia?
Se nós usarmos desmedidamente e continuarmos a maltratá-la, como temos feito, vai acabar a água boa, pura. Não acredito que a água acabe no mundo, mas ela será mais difícil de ser consumida na forma pura, como vem sendo nos últimos milênios.