Jorge Fernando deu a volta por cima do AVC e liderou Verão 90
O diretor deu entrevista ao Metrópoles e comentou como foi o retorno ao trabalho na Globo
atualizado
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Neste sábado (27/07/2019), mais uma novela das sete da Rede Globo chegará ao fim: Verão 90. Em meio ao clima de revival, o folhetim cumpriu seu papel e prendeu a atenção dos telespectadores. Seja pelas armações mirabolantes de Jerônimo (Jesuíta Barbosa), Mercedes (Totia Meireles), Vanessa (Camila Queiroz) e Galdino (Gabriel Godoy), pelo jeito divertido de Manu (Isabelle Drummond), Lidiane (Claudia Raia) e Quinzão (Alexandre Borges), pela luta de João (Rafael Vitti) para provar que não matou Nicole (Barbara França) ou pelos desencontros amorosos de Janaína (Dira Paes) e Raimundo (Flávio Tolezani). Porém, alguém em especial merece aplausos pela novela: o diretor Jorge Fernando.
O realizador é uma das figuras mais carismáticas da televisão brasileira. Recentemente, deu um susto em todos, ao sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Recuperado, Jorge Fernando voltou à sua paixão e dirigiu Verão 90. Em conversa com o Metrópoles, ele falou como foi voltar ao trabalho.
A satisfação da missão cumprida
Ao fim da novela, Jorge Fernando se diz realizado com o trabalho feito, que foi além das suas expectativas. Para isso, funcionaram muito bem toda a sintonia entre a direção, o elenco, o material de arquivo com imagens dos anos 1990, a equipe técnica e a computação gráfica.
“Tudo isso foi essencial para dar uma cara vibrante a esse clima da década de 1990 à trama”, analisa o diretor. “Fiquei muito feliz e agradecido por ter dirigido Verão 90. Quando eu comecei esse trabalho, não sabia até que ponto eu poderia contar com as minhas forças, mas foi ótimo, correu tudo bem e, graças a Deus, estou muito bem de saúde. Foi um trabalho incrível, que me deu um enorme prazer”, completa.
Os pontos altos da trama
Ao fazer uma retrospectiva de Verão 90, Jorginho – como é conhecido pelos colegas da Rede Globo – destaca que o ponto alto da novela foi conseguir misturar comédia, drama, época, confusões, correria e histórias de amor.
“O barato é domar todos esses gêneros e dar uma cara para isso. E essa cara deu muito certo. Verão 90 é muito clara e o público captou muito bem o espírito da história”, explica o diretor.
“Foi uma novela em que todos os atores cresceram junto. A cada semana ou duas, um artista se destacou dentro da trama e todos tiveram seu momento marcante na história”, pontua Jorge Fernando.
Gratidão em cada amanhecer
Vítima de AVC em 2016, Jorge Fernando não se furtou de falar sobre a doença, conhecida por deixar sequelas motoras por conta de paralisação de parte do corpo. Mesmo nos momentos mais críticos, o diretor, hoje com 64 anos, jamais pensou que pararia de trabalhar, e fez disso uma de suas maiores motivações.
“Eu tive muita assistência de fisioterapia e nunca pensei em parar. Foi muito mais fácil do que eu imaginei que seria”, declara Jorge Fernando, cuja visão sobre a vida ficou ainda mais cristalina após a doença. “O AVC fez com que a valorização que eu sempre tive da vida se fortalecesse ainda mais. Ao acordar, agradeço sempre pelo meu dia. Esse exercício de agradecer por estar vivo, de gratidão pelas coisas boas, o AVC deixou mais forte em mim”, conta.
Missão cumprida, mas há muito ainda a ser feito. Afinal, Jorge Fernando superou o AVC para fazer o que mais ama: trabalhar. Pelo restante de 2019, ele deseja apenas descansar e viajar. Já no próximo ano, deve voltar à direção.
“Depois que eu descansar, pretendo retomar, no início de 2020, uma curta temporada do meu espetáculo, o Boom, no teatro”, revela.