Jesuíta Barbosa sobre atuar em novela: “Para minha avó me ver”
Destaque de Verão 90, o ator conversa com o Metrópoles e fala da carreira e do folhetim
atualizado
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Aos poucos, o grande público começa a se familiarizar com um ator que está se destacando rapidamente no meio artístico e já arrebatou o posto de vilão logo em seu primeiro grande trabalho em uma novela da TV Globo: Jesuíta Barbosa.
Intérprete de Jerônimo/Rojê Guerreiro em Verão 90, esse pernambucano de 27 anos tem roubado as cenas na trama das 19h. Porém, se para os telespectadores sua presença é novidade, para ele é a conquista de um objetivo cujo caminho foi trilhado com extrema dedicação.
“Fiz bastante teatro em Fortaleza (CE) e depois comecei a trabalhar com cinema. As coisas foram se desenvolvendo e, de repente, eu me vi na televisão. Agora, estou brincando de fazer novela”, conta o ator, que já tem nada menos que catorze filmes no currículo, entre curtas e longas-metragens, e trabalhos nas minisséries Amores Roubados (2014) e Justiça (2016), além da supersérie Onde Nascem os Fortes (2018).
Inspiração de luxo
Em Verão 90, Jesuíta tem a oportunidade de dar asas às maldades de Jerônimo, cuja inspiração maior é uma vilã que ascendeu ao panteão dos personagens imortais da teledramaturgia brasileira: a Maria de Fátima, de Vale Tudo (1988), vivida por Gloria Pires.
Ambos roubaram as mães e foram para o Rio de Janeiro tentar se dar bem na vida. “Há uma inspiração nela. Vale Tudo fez um enorme sucesso e eu a assisti bastante recentemente, quando foi reprisada pelo canal Viva”, conta o ator. Seu personagem mostrou uma “química” excelente com a trambiqueira Vanessa (Camila Queiroz).
Os dois são picaretas. Um engana o outro e ambos acabam criando uma ligação intensa, que resulta num tesão absurdo. É uma relação de amor e ódio
Jesuíta Barbosa
Atuar em uma novela, era um desejo antigo de Jesuíta. “Eu queria muito viver essa experiência, até porque talvez seja uma das últimas novelas no formato tradicional”, diz ele, referindo-se ao fato de que a Globo tem planos de encurtar as tramas em breve e fazer disso o novo padrão da emissora. Bem-humorado, ele confidencia outro motivo, bastante especial, para trabalhar em um folhetim.
“Eu queria fazer novela para a minha avó, Terezinha, me ver, lá em Parnamirim (PE). Ela deve ficar com raiva de mim por causa do Jerônimo, porque assiste muita novela e entra na história. Ela deve ficar assim para o meu personagem: ‘Sai daí! Menino ruim!’. (Risos) De vez em quando eu vou lá dar um ‘cheiro’ nela”, conta. É justo, afinal Jerônimo roubou a mãe, Janaína (Dira Paes), e incriminou o irmão, João (Rafael Vitti), por assassinato, apesar da inocência dele. Os dois disputam o amor de Manu (Isabelle Drummond).
A descoberta
O desejo realizado está proporcionando um grande crescimento profissional para Jesuíta, que está impressionado com a descoberta de uma capacidade até então desconhecida. “A linguagem da novela atinge principalmente a memória, como ter que decorar textos de um dia para o outro. Eu não sabia ter essa habilidade, mas estou conseguindo fazer e me surpreendendo comigo. Isso é bom”, relata.
Eu sou feliz por ser artista, por ter acreditado no meu fazer, estudado, me dedicado, encontrado pessoas que me deram força e com as quais eu pude trabalhar junto
Jesuíta Barbosa