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Gabriela Loran cobra protagonismo trans na TV: “Quero sempre mais”

No elenco de Cara e Coragem, ela lembrou desafios pra se tornar atriz e falou sobre o sonho de ser protagonista

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Gabriela Loran
1 de 1 Gabriela Loran - Foto: Divulgação

Quem viu Gabriela Loran brilhar em produções como Malhação e Arcanjo Renegado e, agora, aos 28 anos, em Cara e Coragem, não imagina “o corre” da atriz para ascender profissionalmente. Antes de se formar em artes cênicas, a carioca de São Gonçalo cursava segurança do trabalho e pensava em ingressar na faculdade de engenharia ambiental. Embora sonhasse com os palcos, a prioridade era contribuir com a renda da família, sustentada pelos pais, um motorista e uma dona de casa. “A boneca deu uma ralada bonita”, brinca Gabriela, ao contar a história ao Metrópoles.

Depois que o pai ficou doente, impossibilitado de trabalhar, Gabriela conseguiu emprego em uma famosa rede de restaurantes. Nem quando a rotina apertou, ela abandonou o sonho que cultivava desde criança e, certo dia, decidiu prestar vestibular para a Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). A aprovação trouxe à vida da jovem mais uma fase de provações. “Eu trabalhava de 17h e saía às 3h da manhã. Entrava na faculdade às 7h e saía às 15h.  Não tinha vida. Minha vida era trabalhar e estudar”, lembra.

Atriz trans, ela passou praticamente toda a transição de gênero na faculdade e, muitas vezes, foi incentivada a desistir. “Quando me formei, escutei atrocidades. As pessoas falavam: ‘Olha você só vai fazer garota de programa’. E é muito difícil escutar isso, mas ao mesmo tempo as dificuldades nunca me barraram, sempre encarei como degraus pra alcançar o que eu quis”.

Em momentos mais críticos, Gabi chegou a passar fome. “Lembro de um espetáculo que eu fazia, meio dionisíaco, com uma mesa linda, cheia de frutas. Eu sempre chegava mais cedo, pegava uma maçã e ia pro banheiro comer. Muitas vezes era o único alimento que eu tinha no dia inteiro. Eu nunca compartilhei isso com meus pais porque eles já tinham uma realidade muito difícil”, diz a atriz, emocionada. “Esses momentos construíram a Gabriela que eu sou hoje também”.

Primeiro papel e busca por protagonismo

Depois de segurar uma barra como recém-formada, incluindo uma série de trabalhos sem remuneração, o famoso “por amor”, Gabriela estreou na TV como a primeira atriz trans de Malhação, no papel de Priscila. Foi uma virada na carreira da jovem. “Eu estava fazendo uma novela que cresci assistindo com minhas irmãs. As senhoras me paravam, perguntavam se eu era trans e reconheciam a importância de falar do assunto. Meninas me falavam: ‘Nossa, quer dizer que eu posso ser atriz?’. Representatividade é isso”, destaca.

Considerada uma das novas vozes LGBTQIA+, ela diz ter orgulho do posto de “primeira atriz trans de Malhação”, mas tem esperança de integrar a “última geração dos primeiros” . Para ela, o momento é de buscar protagonismo.

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A carioca possui, hoje, mais de 326 mil seguidores no Instagram, e mais de 10 milhões de visualizações em seus Reels na rede
 Em seu canal no YouTube, espaço em que fala sobre sua vivências enquanto mulher trans, militância afro, política e moda, já são mais de 23 mil inscritos e 781 mil views, além de 211,6 mil seguidores no TikTok
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Além de atriz, Gabriela também é influencer e porta-voz da diversidade. Ela foi escolhida pelo YouTube para representar vozes negras do Brasil

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A carioca possui, hoje, mais de 326 mil seguidores no Instagram, e mais de 10 milhões de visualizações em seus Reels na rede

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Em seu canal no YouTube, espaço em que fala sobre sua vivências enquanto mulher trans, militância afro, política e moda, já são mais de 23 mil inscritos e 781 mil views, além de 211,6 mil seguidores no TikTok

“Trago esse questionamento pras pessoas, pros diretores, roteiristas que vão assistir a essa entrevista. Como eu vou conseguir ganhar um Oscar se não existem personagens que eu possa interpretar? Não é só dar oportunidade, dar oportunidade é muito simples. É protagonismo“, ressalta.

Ela cita como exemplo seu papel na série Arcanjo Renegado, do Globoplay. “Lá eu sou a Giovanna, braço direito da personagem da Cris Vianna, a Maíra, que é a presidente da Alerj. Eu sou a chefe de gabinete da presidente da Alerj.  Na história da TV brasileira, das séries, de qualquer coisa, a Giovanna é a personagem feita por uma mulher trans que ocupa o maior escalão possível, de hierarquia, de profissão”, diz ela.

Cara e Coragem e novos projetos

Além de Luana, personagem que trabalha na siderúrgica com Regina (Taís Araújo) e Clarice (Mel Lisboa), em Cara e Coragem, Gabriela  se prepara para a estreia da segunda temporada de Arcanjo Renegado e, em breve, também estará em Novela, nova série da Porta dos Fundos para o Amazon Prime, protagonizada por Monica Iozzi e com Maria Bopp, Miguel Falabella e Luana Xavier no elenco.

Ela também aguarda a estreia do filme O Samba de Enredo, da HBO, que adapta as histórias dos orixás brasileiros para contextos reais e também pode ser vista no Canal Brasil, nas séries Perdido e Anjo Loiro com Sangue no Cabelo, ambas disponíveis no Globoplay. Para o futuro, o céu é o limite. “Um dia eu vou ser protagonista. Meu bordão hoje é: ‘Eu quero sempre mais'”.

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