Ex-alunos de Aguinaldo Silva tentam vetar Sétimo Guardião no exterior
Seis roteiristas entraram na Justiça e pedem R$ 6 milhões em indenização, alegando que a Globo lucrou mais de R$ 3 bilhões com a novela
atualizado
Compartilhar notícia
Seis ex-alunos de Aguinaldo Silva brigam na Justiça para impedir que O Sétimo Guardião, novela que antecedeu A Dona do Pedaço na TV Globo, seja transmitida no exterior. Em 2015, os roteiristas participaram do curso Master Class, no qual ajudaram o autor da novela a criar a sinopse antes de o folhetim chegar às telinhas.
Na Justiça, os ex-alunos pedem reconhecimento como coautores de O Sétimo Guardião e solicitam indenização de R$ 6 milhões, alegando que a Globo lucrou mais de R$ 3 bilhões com a produção, de acordo com o site Na Telinha.
Atualmente, a trama é exibida em Portugal. Para Ariela Massotti, Danilo Castro, Ryllberth Ribeiro, Valtair Barbosa, Washington Duque e Weber Lasaro Oliveira, ainda não houve reconhecimento da autoria da história, criada há quatro anos quando Aguinaldo dava aula para 26 pessoas.
A emissora carioca, contudo, afirma que os ex-alunos não participaram da sinopse final de O Sétimo Guardião. Alega, ainda, que uma equipe com mais de 50 roteiristas esteve envolvida na criação, auxiliando Aguinaldo.
A a defesa da Globo aponta que os ex-alunos realizaram uma sinopse diferente, de uma história chamada Dinastia. “[O resumo] serviu como inspiração e referência para a criação pelo escritor Aguinaldo da nova sinopse por ele denominada de O Sétimo Guardião”, ressaltou.
Acerca da solicitação de R$ 6 milhões dos ex-alunos, a Globo alega que o valor não é razoável. Além disso, declara ter exibido em todos os capítulos da novela os nomes dos 26 roteiristas nos créditos.
Por outro lado, os ex-alunos dizem que as afirmações do canal são “fantasiosas e confusas”. “Até mesmo o título O Sétimo Guardião se originou na Master Class 3 e foi sugerido pelos alunos, conforme já apontado anteriormente. Distorce os fatos, ainda, quando afirma que o primeiro réu, Aguinaldo Silva, propôs a elaboração de uma sinopse baseada no realismo fantástico. Esta também foi uma sugestão dos alunos”, aponta um trecho do processo, que corre na 4ª Vara Cível do Rio de Janeiro.
Aguinaldo se defende
Por meio de sua advogada, Aguinaldo Silva se defendeu: “No final de 2015, quando da realização do curso, os alunos [incluindo os autores] de fato debateram e ajudaram a ‘fechar’ [finalizar] a sinopse da novela (até então de nome [Dinastia]. Após o curso, Aguinaldo começou a criar e escrever a novela em comento, ou seja, a novela começou a ser escrita em 2016”.
“Somente pela sequência acima exposta já é possível identificar que jamais – em nenhuma hipótese – os autores poderiam ter escrito a novela. No entanto, a própria Rede Globo reconheceu a existência ‘do debate acadêmico’ havido entre o 1º réu e seus alunos, onde houve, como dito, um ‘amadurecimento’ acerca da sinopse da novela, e concedeu crédito aos alunos, mencionando o nome de todos quando do encerramento diário da aludida novela, como forma de reconhecimento”, concluiu a advogada.