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Everything Sucks! usa nostalgia dos anos 90 para contar história comum

A novidade da Netflix tem premissa excelente, mas se enfraquece com falta de consistência no roteiro

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Everything Sucks! é mais um produto de sucesso da Netflix. Parece uma série feita em parceria entre roteiristas humanos e os analistas de big data do serviço de streaming. O tema comédia romântica foi inserido nos anos 1990 – década, não à toa, em que esse gênero fez muito sucesso nos cinemas. A boa ideia, no entanto, não consegue se cumprir. O seriado não é ruim, porém, parece apostar na nostalgia como adereço de uma história capaz de ser rodada em qualquer período.

Everything Sucks! promete lidar com a difícil fase da adolescência: conflitos, amores, puberdade, rejeição. De fato, esse é o pano de fundo da trama no colégio de Boring, em Oregon, Estados Unidos. Tudo se passa em 1996, ano da reeleição de Bill Clinton, MTV, chegada do rap ao pop, grunge e britpop.

No entanto, esses elementos socioculturais são pincelados na história de amor e autoconhecimento de Kate Messner (Peyton Kennedy) e Luke O’Neil (Jahi Winston). Ela é criada pelo pai, o diretor do colégio, após perder a mãe em circunstâncias trágicas. O rapaz, abandonado pelo pai, vive com a mãe – uma comissária de bordo que viaja constantemente.

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Pais em busca de reconstruir a vida, jovens tentando entender o próprio caminho, confusões e rixas na escola. Essa, por exemplo, poderia ser a trama da edição 2018 de Malhação. Aí está a grande decepção de Everything Sucks!. O roteiro dos criadores, Ben York Jones e Michael Mohan, usa os anos 1990 como um mero pano de fundo – inclusive, em situações desnecessárias, como alimentar um tamagotchi durante uma conversa sobre relacionamentos.

A Netflix já realizou ótimos produtos que mesclam nostalgia e boas histórias: Stranger Things e Glow são exemplos marcantes. Os roteiros trazem dramas e questões da época na qual se passam, e não tramas genéricas.

Apesar dos deslizes, Everything Sucks! é uma série divertida, agradável e rápida de ver. Preparem-se, pois, certamente, vai rolar uma segunda temporada.

Avaliação: regular

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