Esquenta BBB20: veja a história do reality show na televisão
Da família real britânica a um bando de artistas brasileiros, o formato é um dos gêneros de maior sucesso no mundo
atualizado
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Quem nunca pensou “eu queria ser uma mosquinha” para dar aquela famosa butucada na vida alheia? Assistir televisão, aliás, é um pouco isso, normalmente tudo no mundo da ficção. Mas, se são pessoas reais ali ao invés de atores, a fórmula dá como resultado os realities shows. Em tempos de nova temporada do Big Brother Brasil – no ar a partir desta terça (21/01/2020), depois de Amor de Mãe, relembramos este gênero hoje tão popular e que ganhou diversas facetas através dos anos.
Nos Estados Unidos, praticamente o palco de estreia do formato, Candid Camera foi um dos primeiros deles, mostrando uma série de câmeras escondidas, as famosas pegadinhas, há 70 anos. Outro deles chama atenção na cronologia, este do outro lado do Atlântico. Na mais recente temporada de The Crown, da Netflix, vimos um exemplo de sangue azul. Nos anos 1960, para tornar a família real britânica mais querida ao público durante tempos turbulentos da economia e política, o cotidiano da monarquia foi mostrado em programa da BBC, não reprisado desde a primeira exibição.
De volta aos EUA, a série An American Family marca época, décadas antes das Kardashians, estrelas de outro programa, ainda em cartaz, que mostra a rotina de empresárias endinheiradas. Como explicita o título em inglês, o programa mostra a rotina de uma família tipicamente americana durante o processo de divórcio dos pais. A trajetória das filmagens, inclusive, é reproduzida em Cinéma Vérité, filme de 2011 estrelando Diane Lane e James Gandolfini. An American Family pode ser considerado o embrião de outra produção bem popular, esta iniciada na década de 1990 e que se parece muito com o Big Brother.
Em The Real World, a abertura do programa deixa bem claro o esquema: a verdadeira história de um grupo de estranhos vivendo na mesma casa, às vezes trabalhando juntos, até descobrir o que acontecia “quando as pessoas deixam de ser educadas e passam a cair na real”. O cinema se endereçou aos realities em algumas produções. EDtv (1999), refilmagem de filme canadense, com Matthew McConaughey, era uma delas. No mais famoso deles, O Show de Truman (1998), Jim Carrey interpreta o personagem-título, cuja vida foi completamente televisionada sem que ele tivesse ideia.
Demorou um pouco para o gênero chegar ao Brasil, mas isso aconteceu por causa de Survivor. No programa gringo da CBS, os participantes eram deixados em uma ilha deserta para enfrentar desafios e inúmeros perrengues. Aqui, ele virou No Limite, apresentado por Zeca Camargo em 2000, logo depois do Fantástico.
Para entrar na onda, Silvio Santos tirou uma carta da manga em 2001. Confinou 12 celebridades num mesmo lugar para serem filmadas por quase dois meses, o que rendeu incontáveis barracos e audiência alta. Estava formada a Casa dos Artistas. Já parceira da holandesa Endemol, empresa dona do formato Big Brother, ainda inédito no Brasil, a Globo entrou na justiça para barrar o programa do SBT, mas ficou por isso mesmo. Bárbara Paz sagrou-se vencedora daquela temporada. No ano seguinte, a Vênus Platinada colocou no ar a primeira edição do BBB.
Daí pra frente, entra ano, sai ano, para falar bem ou mal, já estamos acostumados a dar “aquela espiadinha”. Ah, se eu fosse uma mosquinha…