Entenda o porquê de todo mundo falar sobre “13 Reasons Why”
A ciência de dados é aliada da Netflix na hora de produzir seriados e filmes “virais”
atualizado
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Você, provavelmente, deve ter sentido que sua timeline estava completamente tomada por um assunto nos últimos dias (até, é claro, o Marcos ser expulso do “Big Brother Brasil”). “13 Reasons Why” dominou diversas discussões, todo mundo criticando, amando, comentando, dando like e compartilhando.
A série é bem construída e tem enredo envolvente, daqueles que dá vontade de assistir todos os episódios para descobrir logo o desfecho. Ao mesmo tempo, “13 Reasons Why” despertou polêmica entre especialistas (psicólogos e psiquiatras) pela forma com que abordou o suicídio.
Independentemente das questões cênicas, um elemento é essencial para entender a viralização de “13 Reasons Why”: a ciência dos dados. Em qualquer roda sobre tecnologia, o termo “big data” surge. O que isso significa? Todos os nossos passos na internet geram milhões de informações sobre o que gostamos, desejamos e detestamos.
Especialistas, então, pegam essa montanha de informações, filtram e criam produtos prontinhos para você e seu grupo de interesse. “Por ser 100% conectada, a Netflix tem acesso a dados preciosos sobres os usuários. Informações que outras produtoras teriam que pagar muito para acessar. Assim, a empresa de streaming consegue entender o seu público de forma segmentada e saber quais são as referências artísticas e de consumo cultural que essas pessoas estão interessadas de forma muito rápida”, explica Max Stabile, diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD).
A Netflix sabe quem você é no Facebook e consegue te colocar em um pequeno segmento de pessoas parecidas com ‘gostos’ semelhantes e depois ela cruza essas informações com quais séries você assistiu ou deixou de assistir. Isso pode gerar informações valiosas para roteiristas e produtores
Max Stabile
Esse não é o primeiro caso de uma série “viral”. “Stranger Things” também se espalhou rapidamente. A união de pesquisa com conteúdo cultural ocorre há anos. No entanto, antes essa união se dava por meio de grupos focais.
Porém, atualmente, a coleta e a pesquisa de dados são mais acessíveis. Tudo graças às redes sociais. “O que está acontecendo é que os dados estão mais fáceis de serem coletados, então, diversas pessoas e produtoras os utilizam”, completa Max.
Portanto, não fique espantado se “Dear White People”, prevista para 28 de abril, dominar todos os debates da sua timeline.