Empresário sobre vítima de tragédia no Ninho: “Devolvi no caixão”
Marcos Marinho atuava como empresário de Victor Isaías, atleta morto na tragédia do Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019
atualizado
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A tragédia do Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, completou cinco anos no último dia 8 de fevereiro. Nesta quinta-feira (14/3), a Netflix lançou o documentário Ninho: Futebol e Tragédia e traz entrevistas e dá luz à história, que segue judicialmente até hoje.
Um dos entrevistados na produção é Marcos Marinho, agente esportivo. Ele agenciava, à época, Victor Isaías, de 14 anos, vítima fatal do acidente. Ele relembra como tudo aconteceu e como foi contar à família sobre a tragédia.
“Eu desabei, irmão… aí… sabe, nessa hora, o nosso trabalho, que é chegar na família, falar para a família que a gente tem oportunidade em um clube. Eu busquei o menino em casa, para realizar um sonho, e devolvi ele em um caixão”, descreveu, com a voz embargada.
Em três episódios, a Netflix debruça sobre a tragédia e faz um apanhado da tragédia, que matou dez jovens atletas das categorias do Flamengo após um incêndio no contêiner em que eles dormiam. 16 jogadores sobreviveram e, desses, apenas três permaneciam em outubro de 2023.
O diretor Pedro Asbeg conversou com jornalistas que cobriram o acontecimento na época e relatos de atletas que passaram pelo Flamengo, como Zico e Vanderlei Luxemburgo. Há, ainda, conversa com familiares de alguns jovens e como o Flamengo lidou com essa situação.
Até hoje, ainda há processos correndo na justiça do trabalho e ninguém foi responsabilizado criminalmente. O documentário joga luz sobre os julgamentos e como membros do staff do Flamengo tentavam se livrar da culpa da tragédia. Questionado pelo Metrópoles sobre a resposta do Flamengo, Asbeg foi curto: “Não teve”.