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DNA do Crime, da Netflix, foi inspirada em mega-assalto de facção

Em entrevista ao Metrópoles, diretor Heitor Dhalia contou o que o público pode esperar da série brasileira mais cara da Netflix

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Guilherme Leporace/Netflix
Imagem de DNA do Crime, da Netflix
1 de 1 Imagem de DNA do Crime, da Netflix - Foto: Guilherme Leporace/Netflix

Aguardada com expectativa pelos fãs de séries policiais, DNA do Crime, primeira e mais cara produção do gênero assinada pela Netflix no Brasil, vai se debruçar sobre aspectos pouco explorados pelo audiovisual brasileiro, como os crimes de fronteira, mais precisamente o domínio de cidades. A produção, inclusive, foi inspirada em uma história real: o mega-assalto a uma empresa de transportes de valores em Ciudad del Este, no Paraguai, em 2017, com participação de uma facção criminosa.

Na época, o trabalho de elucidação da Polícia Federal brasileira, por meio do cruzamento de bancos de DNA, garantiu à corporação um DNA Hit of the Year, considerado o Oscar das ciências forenses.

“Fronteira é uma terra híbrida… É Brasil, mas também não é Brasil, porque logo ali é outro país. E o Paraguai, especificamente, é uma fronteira seca muito grande com o Brasil. Passa muita coisa por ali, entre Foz do Iguaçu e o Paraguai. Virou uma espécie de hub do crime”, diz o diretor Heitor Dhalia ao explicar como foi convencido de que a história merecia virar série.

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DNA do Crime é considerada a série brasileira mais cara já feita pela plataforma
Thomas Aquino é Sem Alma em DNA do Crime
DNA Do Crime. (L to R) Thomás Aquino as Sem Alma at DNA do Crime. Cr. Guilherme Leporace e Alisson Louback/Netflix © 2023
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DNA do Crime tem criação e direção geral de Heitor Dhalia, produção de Manoel Rangel e Egisto Betti

Divulgação/Netflix
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DNA do Crime é considerada a série brasileira mais cara já feita pela plataforma

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Thomas Aquino é Sem Alma em DNA do Crime

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DNA Do Crime. (L to R) Thomás Aquino as Sem Alma at DNA do Crime. Cr. Guilherme Leporace e Alisson Louback/Netflix © 2023

A série estreia em 14 de novembro com Maeve Jinkings, Rômulo Braga, Thomás Aquino e Pedro Caetano em cenas de repletas de efeitos especiais e sequências de ação de tirar o fôlego.  De um lado, uma polícia mais técnica e que usa a ciência forense para investigações bastante desafiadoras; do outro, criminosos com métodos sofisticados de planejamento de assaltos, domínios de cidades e operações que levam anos e milhões de dólares de investimento.

“A acontece muita coisa do universo criminal ali. Tráfico de drogas, tráfico de armas, num lugar de comunicação desses grupos e facções transnacionais que se articulam por ali, pelo Paraguai. Então eu achei interessante isso”, comenta Dhalia.

O cineasta explica que, para além da matéria-prima usado no trabalho da perícia, o título da série foi escolhido por causa de outras abordagens do seriado: “É um série sobre a nossa natureza profunda, de cada pessoa, que tem o seu DNA, sua falha trágica. Sobre a fronteira entre países, entre polícia e bandido, entre a nosso próprio limite pessoal do que é certo e do errado, as escusas morais que cada um faz”.

“Egressos do sistema penal estão na série”

Mais que explorar o modus operandi do crime na fronteira, DNA do Crime tem êxito ao retratar a complexa dinâmica da Polícia Federal. Heitor oferece uma visão realista, mas ao mesmo tempo generosa, dos homens e mulheres que vestem a camisa da PF.

Para fazer esse retrato, Dhalia procurou ouvir todos os lados. “Não dá para fazer série policial sem essa profundidade no universo da polícia. Aliás, muito do que se errou e ainda se erra no nosso audiovisual, é que são pessoas escrevendo de lugares, sei lá, da zona sul do Rio de Janeiro, ou zona oeste de São Paulo, que nunca frequentaram esse universo, não sabem nem o que é e se inspiram nos filmes americanos para escrever”, opina o diretor.

Suas fontes, o cineasta explica, incluíram ONGs que fornecem dados sobre o crime organizado, policiais e egressos do sistema penal. Esses últimos, inclusive, estão em cena em DNA do crime. “Uma grande quantidade de pessoas que fizeram os personagens dos criminosos, não eram atores e, sim, pessoas que tiveram passagens. São cantores, são rappers, ou só ex-egressos mesmo, mas muita gente passou pelo crime. A gente teve um critério de análise muito forte da escolha”, conclui.

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