Distrital quer retirar Especial do Porta dos Fundos da Netflix

O deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos), vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, apresentou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) uma representação contra o grupo Porta dos Fundos e a Netflix.

O deputado, que é evangélico da igreja Sara Nossa Terra, alega que o filme Especial de Natal – A Primeira Tentação de Cristo, produzido pelo serviço de streaming e o grupo de humor, ofende aos símbolos cristãos e configuraria crime de intolerância religiosa.

“Entendemos que ao satirizar uma figura como Jesus Cristo, o especial ofende aos cristãos”, disse ao Metrópoles. “Se fosse um filme que satirizasse símbolos de religiões afro-brasileiras, seria considerado crime? Se sim, por que contra os cristãos, não é?”, questiona o deputado.

O deputado solicita a retirada imediata do Especial de Natal da plataforma e indenização de R$ 50 milhões – o valor, segundo Delmasso, seria revertido para projetos sociais de recuperação de usuários de drogas e manutenção de creches.

Tem mais em 2020

“Não entendo que seja uma forma de censura”, diz Delmasso. “Cada um tem o livre arbítrio para escolher sua crença/religião, mas a ninguém é dado o direito de denegrir, de qualquer forma que seja, a fé e crença de terceiros, sobretudo a maioria da população deste país”, escreve Delmasso na representação.

Agora, a representação apresentada aguarda deferimento do MPDFT. Caso os argumentos do deputado sejam acolhidos, um processo de investigação será instaurado. “Acionamos o Ministério Público por acreditar que ele é o garantidor dos direitos fundamentais”, conclui o Delmasso.

REPRESENTAÇÃO CONTRA PORTA … by Metropoles on Scribd

Diversos políticos e líderes religiosos entraram com representações na Justiça contra o programa. Até mesmo um abaixo-assassinado corre na internet recolhendo apoio ao pedido de remoção do especial da Netflix.

Apesar da polêmica, a Netflix e o Porta dos Fundos vão fazer uma especial de Natal em 2020. A informação é da colunista Patrícia Kogut.