Durante uma entrevista ao Band.com.br, Tatiana Issa e Guto Barra, diretores da produção, explicaram por que utilizaram as imagens. “Em um primeiro momento nos perguntamos se deveríamos mostrar as fotos do crime, que são tão chocantes. Mas a Gloria sempre achou importante mostrá-las justamente para que as pessoas pudessem ver e relembrar a brutalidade bárbara e cruel que foi esse crime e o que fizeram com a filha dela”, explicou Tatiana.
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O lançamento da minissérie documental Pacto Brutal, sobre o assassinato de Daniella Perez, traz à tona detalhes da vida e do assassinato da jovem de 22 anos, que estava no auge da carreira artística
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Daniella Ferrante Perez Gazolla, filha da autora de novelas Glória Perez, sempre foi apaixonada por arte. Tornou-se bailarina ainda na adolescência e, devido ao talento, foi convidada para dançar profissionalmente em uma das melhores companhias do Rio de Janeiro
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A habilidade na dança, inclusive, rendeu à moça a primeira participação especial na TV, dançando na abertura da novela Kananga do Japão, da TV Manchete. Nos bastidores, conheceu o ator Raul Gazolla, com quem casou em 1990
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A experiência foi inspiração para que ela tentasse carreira como atriz. Após realizar testes, ganhou a oportunidade de interpretar a personagem Clô, na telenovela Barriga de Aluguel
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A interpretação da jovem chamou a atenção do diretor Dennis Carvalho, que, mais tarde, a convidou para dar vida à personagem Yara, na novela Dono do Mundo. Apesar de estar no início da carreira, Daniella se tornou nacionalmente conhecida pelo público
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Em 1992, interpretou a personagem Yasmim, em De Corpo e Alma, última novela em que contracenou. Na obra, fazia par romântico com o ex-ator Guilherme de Pádua, que estreava em seu primeiro grande trabalho na TV e que seria o responsável pela morte da atriz no mesmo ano
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Em 28 de dezembro de 1992, o corpo de Daniella foi encontrado ao lado do carro dela em um matagal localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com 18 perfurações. Após colher depoimentos de testemunhas, a polícia chegou até Guilherme e a esposa dele, Paula Thomaz
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À época, uma pessoa teria visto o carro do ex-ator, com a placa adulterada, na cena do crime. Segundo a Justiça, os criminosos teriam armado emboscada para assassinar Danielle. Ambos foram condenados a 20 anos de prisão por homicídio qualificado
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Ainda de acordo com a Justiça, Guilherme ficou inseguro após perceber que o personagem dele na novela não estaria presente em dois capítulos. Como assediava Daniella, colocou na cabeça que a atriz teria contado sobre as investidas dele para a mãe
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O ator arquitetou então o assassinato da jovem com a ajuda da esposa, que sentia muito ciúme de Daniella por causa das cenas entre eles
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Hoje, Guilherme é pastor da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte. Em uma de suas últimas aparições públicas, o ex-ator foi flagrada em um protesto pró-Bolsonaro
“As pesquisas foram feitas com muito cuidado, muito estudo, baseadas sempre nos autos do processo. Nos debruçamos em todos os documentos, laudos, em toda a cobertura feita na época e nos arquivos pessoais da Gloria”, completou a diretora.
Tatiana também pontuou que as imagens evitam “versões plantadas pelos criminosos e levadas ao julgamento pela defesa”. “O que sempre chocou a Gloria e a família era o uso constante das fotos da novela com os personagens Bira e Yasmim, dando margem para versões mentirosas e machistas que foram perpetuados durante tantos anos”.
Em entrevistas que deu na época, Guilherme de Pádua insinuava que Daniella Perez estava apaixonada por ele e queria viver um romance, mas ele teria negado, já que os dois eram casados. Paula Thomaz teria descoberto o “assédio”, e, tomada de ciúmes, quis conversar com a atriz a respeito, mas as duas discutiram e tudo ocorreu de forma inesperada.
“É imprescindível que a série consiga esclarecer de uma vez por todas que isso [o romance entre vítima e assassino] nunca aconteceu. Essa narrativa faz parte de um viés sempre machista, de tentar culpabilizar a vítima, transformar os fatos a favor dos criminosos, perpetuar inverdades, muitas vezes convenientes para vender revistas e jornais. Isso precisa acabar. A série se baseia nos autos do processo, nos julgamentos de ambos e na verdade do crime”, finalizou Tatiana.
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