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Crítica: WandaVision termina com boa 1ª impressão da Marvel na TV

Série que revelou as origens de Wanda Maximoff terminou nesta sexta-feira explorando novos territórios

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Marvel/Disney+/Divulgação
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1 de 1 wandavision 2 - Foto: Marvel/Disney+/Divulgação

Al Pacino irá interpretar o Mephisto? A aparição de Evan Peters como QuickSilver é uma porta para a entrada dos X-Men no MCU? Doutor Estranho vai salvar o dia? No fim das contas, fiel ao seu estilo, a Marvel optou por soluções bem mais simples para resolver a trama de sua ambiciosa primeira incursão na TV com WandaVision, cujo último episódio, O Grande Final, está disponível a partir desta sexta-feira (5/3), no Disney+.

A grande vilã da série era mesmo Agatha Harkness, a poderosa bruxa interpretada pela excelente Kathryn Hahn. A escalação de Evan Peters como Quicksilver, o irmão de Wanda, previamente conhecido como Aaron Taylor-Johnson, se revelou uma grande trollada da Marvel justamente para atiçar a imaginação dos fãs. E nada de Benedict Cumberbatch e seu Manto da Levitação darem o glorioso ar de sua graça. Mas isso não significa que a série tenha frustrado todas as expectativas dos telespectadores. Pelo contrário.

Tivemos a transformação de Monica Rambeau em uma legítima super-heroína (Fóton? Pulsar?), fomos apresentados Visão Branco e finalmente vimos Wanda Maximoff devidamente “montada” e sendo referida como Feiticeira Escarlate, além de inúmeros easter eggs que têm sido encontrados e dissecados nas redes sociais desde a estreia da atração.

Em sua conclusão, WandaVision se revelou uma bem-sucedida estreia da Marvel/Disney no universo dos streamings. Mesmo que, de início, a dinâmica de séries dos anos 50, 60 e 70 tenha causado certo estranhamento às novas gerações, acostumadas a outro ritmo em suas sitcoms, foi louvável a homenagem à história da televisão e a tentativa de levar os fãs da Marvel a território não explorado. E na segunda metade da atração, assim que a fantasia criada por Wanda começou a cair por terra, lá estavam as tradicionais sequências de ação, permeadas por muita cor e pitadas de humor em uma direção dinâmica e acertada de Matt Shakman (It’s Always Sunny in Philadelphia, Fargo, Game of Thrones).

E por falar em homenagem à televisão, outra escolha certeira foi a liberação de apenas um episódio por semana, o que deu tempo aos fãs criarem as inúmeras teorias mirabolantes, algumas já citadas aqui, e discutirem cada pormenor, episódio por episódio, como era feito na era pré-streaming, em shows como LOST, Sopranos, Breaking Bad e, mais recentemente, Game of Thrones.

E claro, por trás de toda a ação e maquiagem da série, Marvel não seria Marvel se deixasse de rechear seus poderosos personagens com temas humanos. Em WandaVision, todo o arco de Wanda e a revelação de suas origens serviram para que ela conhecesse sua verdadeira natureza como uma bruxa de nascença, mas também que se entendesse melhor como pessoa para, enfim, superar o seu processo de luto e deixar a vida seguir seu curso.

O maior aliado de Wanda nesta jornada, naturalmente, foi seu companheiro, Visão. Em um gênero que volta e meia dá sinais de saturação, ambos protagonizaram dois momentos que acrescentam alma e coração à série, nos fazendo lembrar porque continuamos a nos apaixonar por filmes de super-heróis.
O primeiro, no penúltimo episódio, quando Visão reflete sobre a natureza do luto (“O que é o luto, senão o amor que perdura?”); e o segundo, quando Wanda e seu companheiro se despedem (“Você é minha tristeza e minha esperança, mas principalmente, você é meu amor”).

É nesse ponto que WandaVision deixa de ser apenas um palco para que seres fantásticos desfilem seus impossíveis poderes pelos ares enquanto destroem cidades inteiras para se tornar, além de uma história de luto, uma história de amor. E como a Disney sempre nos mostrou, não há nada mais simples e eficiente que uma história de amor.

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