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Crítica: “Stranger Things 2” mostra que série carece de voz própria

Segunda temporada de seriado da Netflix expande mitologia ao intensificar horrores e repercutir traumas

atualizado

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stranger things segunda temporada
1 de 1 stranger things segunda temporada - Foto: Divulgação

Se a receita de quase toda sequência em Hollywood é expandir e amplificar o original, não seria diferente na continuação de “Stranger Things”, série da Netflix que ganhou segunda temporada nesta sexta (27/10).

A Netflix mantém a estratégia de jamais divulgar números exatos de audiência de suas principais séries. Basta o burburinho, portanto, para classificar a nostalgia oitentista embalada pelos irmãos gêmeos Duffer, criadores do seriado, como um sucesso de público.

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Pôster da segunda temporada de "Stranger Things"
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Pôster de "Stranger Things": série expande mitologia na segunda temporada

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Turminha reunida na segunda temporada: os ânimos mudaram bastante de um ano para o outro

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"Stranger Things", a segunda parte: série ainda carece de voz própria que vá além das referências pop

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As referências a Stephen King ficam mais intensas na segunda temporada

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Winona Ryder revelou comentários antissemitas e homofóbicos de Mel Gibson

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Pôster da segunda temporada de "Stranger Things"

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Pôster da segunda temporada de "Stranger Things"

Netflix/Divulgação

 

Pudera. É um programa feito para agradar a partir de referências pop obviamente simpáticas e facilmente localizáveis, de Stephen King a Steven Spielberg, para citar duas de dezenas.

Na segunda temporada, “Stranger Things” mostra os personagens tentando levar uma vida minimamente normal após os traumas da primeira (o sumiço de Will Byers, os superpoderes de Onze, as forças sobrenaturais centralizadas na criatura Demogorgon).

Como quase tudo na série pode ser lido como fetiche nostálgico, uma piscadinha para que o público note seus easter eggs nem tão escondidos assim, os irmãos Duffer basicamente maximizam a mesma trama vista ano passado.

A primeira visão do novo monstro – ao que parece, interdimensional – atinge Will (Noah Schnapp) em cheio já no primeiro episódio, batizado de “Madmax” em menção à garotinha Maxine (Sadie Sink), nova integrante da gangue (alô, Charlize Theron!).

https://www.youtube.com/watch?v=Tqdw_GITLAY

Will sai da loja da fliperama em que os amigos se divertem e tentam bater recordes. O céu, já escuro, é tingido por nuvens vermelhas. Tentáculos se desprendem do firmamento. Will congela um olhar arregalado de resignação. Tudo de novo outra vez. Mas com orçamento deveras maior, nota-se.

“Stranger Things” virou uma série ainda mais consciente do seu poder de articulação da saudade. O que também revela uma certa preguiça dos criadores em procurar uma voz própria que vá além da sacadinha.

Nesse sentido, o flashback só funciona quando usado para introduzir novos personagens. A citada Max, ruiva e arisca, recém chegou à escola na qual estudam Will, Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin). Mal se mudou e já desestabiliza o mundo dos garotos ao bater recordes no joguinho “Dragon’s Lair”.

Outro acréscimo bem-vindo ao elenco é Billy (Dacre Montgomery, o Ranger Vermelho no novo “Power Rangers”), irmão de Max e vilão humano da garotada. Ele faz o típico jovem delinquente disposto a causar problema – mais uma herança dos livros de King.

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